(portal Acrítica)
Candidata
à presidência falou por cerca de 50 minutos com jornalistas e
ambientalistas. Entre os assuntos abordados, a presidenciável respondeu
sobre a suas propostas para a região, e logo mais à noite fará comício
na Zona Oeste da capital
A candidata Marina Silva (PSB) concedeu entrevista na Reserva
Adolpho Dulcke e falou sobre seus projetos para o meio ambiente.
A
candidata à presidência da República Marina Silva (PSB) desembarcou no
Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, localizado na Zona Oeste de
Manaus, por volta das 14h deste domingo (21) para cumprir intensa agenda
de compromissos na capital. Assim que desceu do avião, seguiu direto
com sua comitiva para a Reserva Florestal Adolpho Ducke, na Zona Norte
da cidade, onde concedeu entrevista logo depois de fazer um ato público
pela responsabilidade no enfrentamento das mudanças climáticas.
Cerca
de 60 pessoas, entre jornalistas, ambientalistas, partidários e
assessores da presidenciável, assistiram atentamente à entrevista de
Marina Silva, no Museu da Amazônia (Musa), localizado dentro da reserva.
Durante a coletiva de imprensa, a candidata foi sabatinada pelos
repórteres e principlmente por representantes dos grupos em prol do meio
ambiente.
Entre
as questões mais polêmicas abordadas na coletiva, a presidenciável
comentou sobre a rodovia BR-319 e o projeto de exploração de petróleo na
camada pré-sal, além das questões envolvendo o desmatamento da região e
a situação indígena.
“Até
agora a BR-319 não provou sua viabilidade. Nem a sua viabilidade
social, nem a econômica, nem a ambiental. Precisamos frear essa questão.
Para ela seguir, precisa dessa comprovação”, disse Marina Silva quando
questionada sobre a viabilidade da estrada federal que liga Manaus a
Porto Velho, em Rondônia.
Representantes
de entidades ligadas ao ambientalismo estiveram presentes na reunião,
como o Greenpeace, movimento Ficha Verde e o Instituto de Conservação e
Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). Marina Silva comentou
sobre a política da atual presidente Dilma Rousseff no setor ambiental,
no qual afirmou dar pouca importância neste setor.
“No
governo do presidente Lula foram demarcados 70 milhões de hectares em
reservas indígenas. No governo de FHC (ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso) foram cerca de 40 milhões. E, até agora, a presidente Dilma não
alcançou a marca de três milhões de hectares para os índios”, afirmou a
candidata do PSB.
Marina
ainda falou sobre a questão da exploração de petróleo na camada
pré-sal, onde é acusada pelos seus principais concorrentes de querer
frear a continuidade do projeto. Segundo a presidenciável, isso não é
verdade, e existe sim a preocupação por parte de sua candidatura em
explorar outras formas de energia - a questão do pré-sal seria mais uma
delas.
Depois da coletiva, a
presidenciável e parte da comitiva seguiram por uma trilha na Reserva
Adolphe Ducke, afim de conhecer o mirante de 42 metros de altura que
fica no meio da floresta. Por volta das 19h30, a candidata encabeçou um
comício na rua Zero, na área do Igarapé da Sapolândia, no limite dos
bairros Alvorada e Dom Pedro, na Zona Centro-Oeste de Manaus.
Marina
Silva seguirá direto do comício para o aeroporto, onde tem voo marcado
para as 21h para Brasília. Na manhã desta segunda-feira (22), a
presidenciável deve seguir com sua agenda de campanha.
Marina Silva discursa em Manaus
Após
um vídeo em que o poeta amazonense Thiago de Mello fala sobre a
presidenciável e confirma seu apoio a Marina Silva, a candidata começou
seu discurso na entre os dois bairros da Zona Centro-Oeste, pedindo
votos para os “Marcelos” - o candidato ao governo do Estado Marcelo
Ramos, e o candidato ao senado Marcelo Serafim, citando por várias vezes
o nome dos políticos no plural.
Marina
reclamou de seu curto espaço de tempo de propaganda na televisão,
citando que a presidente Dilma Rousseff tem 12 minutos enquanto ela tem
apenas 2 minutos para expor suas propostas de candidatura.
A
candidata ainda falou do tempo em que morou em Manaus, mais
precisamente no bairro Morro da Liberdade, na Zona Sul. Relembrou de
como ajudava a mãe lavando roupas e tomando banho no Igarapé do
Quarenta. A candidata relacionou sua infância difícil na periferia da
cidade com o projeto "Minha Casa, Minha Vida", o qual, segundo ela, terá
continuidade, fazendo ajustes e aumentando o número de moradias para a
população.
Durante o discurso de
pouco mais de meia hora, a presidenciável ainda citou o nome de vários
parentes que ainda moram em Manaus e de locais que marcaram sua passagem
pela cidade. Falou do sonho de ser freira no colégio Santa Doroteia e
de quando uma das religiosas lhe disse que uma freira não poderia ser
analfabeta. Foi nessa época que Marina Silva decidiu aprender a ler.
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