(portal Acrítica)
Uma associação de catadores incrementou a coleta de 25 toneladas mês para quase 50 toneladas neste período eleitoral
A
quantidade excessiva de papéis jogados nas ruas que tem sido percebida
pela população também é notada pelas cooperativas e associações de
catadores de materiais recicláveis. Essas acreditam que este aumento é
motivado pelo período eleitoral. Pelas ruas, os ‘santinhos’ de
candidatos e os folhetos com as propostas são lidos e jogados nas ruas
para depois gerar lucro para catadores. Mas além disso, papel na rua
virou problema para a limpeza pública, já que nem todo o material vai
para a reciclagem.
Para a presidente
da Eco Cooperativa e Industrialização de Materiais Recicláveis, Cacilda
Soares Viana, o ideal era que houvesse outras formas de propaganda
eleitoral porque boa parte do papel distribuído, além de acabar no
aterro, vai também para os igarapés que transbordam em dias de chuva
forte em nossa capital. “Nesse período há muito papel na rua e é muito
triste porque as pessoas nem sempre leem as propostas e joga tudo em
qualquer lugar”, disse a presidente.
De
acordo com o secretário Municipal de Limpeza e Serviços Públicos, Paulo
Farias, o valor de custeio das operações de limpeza pública é de R$ 182
por tonelada, mas esse custo só incide naquilo que é coletado. “Esses
papéis, por exemplo, vão parar nos igarapés e isso é pior. É uma perda
ambiental que não tem preço”, disse o secretário.
Segundo
a presidente da Associação de Catadores de Resíduos Recicláveis de
Manaus Inabilitada (Aliança), Alcinéia da Cunha, somente nessa
associação são coletadas em média 25 toneladas de papel por mês, mas
nesse período há uma demanda maior pelo serviço, com os catadores
chegando a coletar 48 toneladas mensais .
Ainda
segundo a presidente, por não ter uma estrutura maior para atender a
demanda, muito do que poderia ser reciclado acaba indo para o aterro.
Isso ocasiona também uma perda de dinheiro. “Os papéis que ficam nas
esquinas ou misturados com outros lixos não são reciclados e acabam
tendo como destino o aterro, mas não podemos fazer nada”, disse
Alcinéia.
Atualmente, três fábricas
compram o papel coletado pelas cooperativas e associações, porém, de
acordo com o secretário Paulo Farias, as empresas não conseguem
absorver todo o material coletado na cidade e acabam sendo vendidos para
empresas de outros estados, apesar do baixo valor agregado. “O material
que está misturado com outros lixos consequentemente acaba indo para o
aterro”, reforçou o secretário.
Cultura da reciclagem
Para
o titular da Semulsp é preciso, além de trabalhar mais fortemente a
cultura da reciclagem, ampliar a capacidade da cidade para absorver esse
material incentivando as empresas. De acordo com Paulo Faria, a coleta
de papelão depende muito das empresas do polo industrial, pois se eles
fizerem uma embalagem um pouco mais resistente com papel virgem, o
papel reciclado não vai ser utilizado. “Então temos que incentivar novas
tecnologias que se apliquem a reciclagem do papel também”, diz.
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