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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Em tempo de campanha eleitoral, quantidade de papel jogado nas ruas de Manaus dobra



(portal Acrítica)

Uma associação de catadores incrementou a coleta de 25 toneladas mês para quase 50 toneladas neste período eleitoral

Santinhos descartados nas ruas nas eleições de 2012
Santinhos descartados nas ruas nas eleições de 2012 (Evandro Seixas/ 7/out/2012)
A quantidade excessiva de papéis  jogados nas ruas que tem sido percebida pela população também é notada pelas cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis. Essas acreditam que este aumento  é motivado pelo período eleitoral. Pelas ruas, os ‘santinhos’ de candidatos e os folhetos com as propostas são lidos e jogados nas ruas para depois  gerar lucro para catadores. Mas além disso, papel na rua virou  problema para a limpeza pública, já que nem todo o material vai para a reciclagem.
Para a presidente da Eco Cooperativa e Industrialização de Materiais Recicláveis, Cacilda Soares Viana, o ideal era que houvesse outras formas de propaganda eleitoral porque boa parte do papel distribuído, além de acabar no aterro, vai também para os igarapés que transbordam em dias de chuva forte em nossa capital. “Nesse período há muito papel na rua e é muito triste porque as pessoas nem sempre leem as propostas e joga tudo em qualquer lugar”, disse a presidente.
De acordo com o secretário Municipal de Limpeza e Serviços Públicos, Paulo Farias, o valor de custeio das operações de limpeza pública é de R$ 182 por tonelada, mas esse custo só incide naquilo que é coletado. “Esses papéis, por exemplo, vão parar nos igarapés e isso é pior. É uma perda ambiental que não tem preço”, disse o secretário.
Segundo a presidente da Associação de Catadores de Resíduos Recicláveis de Manaus Inabilitada (Aliança), Alcinéia da Cunha, somente nessa associação são coletadas em média 25 toneladas de papel por mês, mas nesse período há uma demanda maior pelo serviço, com os catadores chegando a  coletar 48  toneladas mensais .  
Ainda segundo a presidente, por não ter uma estrutura maior para atender a demanda, muito do que poderia ser reciclado acaba indo para o aterro. Isso  ocasiona também uma perda de dinheiro. “Os papéis que ficam nas esquinas ou misturados com outros lixos não são reciclados e acabam tendo como destino o aterro, mas não podemos fazer nada”, disse Alcinéia.
Atualmente, três fábricas compram o papel coletado pelas cooperativas e associações, porém, de acordo com o secretário  Paulo Farias, as empresas não conseguem absorver todo o material coletado na cidade e acabam sendo vendidos para empresas de outros estados, apesar do baixo valor agregado. “O material que está misturado com outros lixos consequentemente acaba indo para o aterro”, reforçou  o secretário.
Cultura da reciclagem
Para o titular  da Semulsp é  preciso, além de trabalhar mais fortemente a cultura da reciclagem, ampliar a capacidade da cidade para absorver esse material incentivando as empresas. De acordo com  Paulo Faria, a coleta de papelão depende muito das empresas  do polo industrial, pois se eles fizerem uma embalagem um pouco mais resistente com papel virgem, o papel reciclado não vai ser utilizado. “Então temos que incentivar novas tecnologias que se apliquem a reciclagem do papel também”, diz.

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