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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Falta leitos no Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, na Zona Leste

(portal Acritica)

Neta de Raimunda da Silva Pereira, 79, disse que a avó ficou numa cadeira da enfermaria sentada por mais de 8 horas, com dores na barriga, para conseguir se internar e realizar uma tomografia, marcada para esta quarta-feira (8)

A vítima foi encaminhada para o Hospital João Lúcio momentos depois
A falta de leitos no João Lúcio já havia sido denunciada em reportagem publicada no jornal A CRÍTICA nesta segunda-feira (6) (Winnetou Almeida)
O Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, localizado na Zona Leste de Manaus, segue com seus leitos lotados, segundo denúncias. A última foi realizada por familiares da idosa Raimunda da Silva Pereira, de 79 anos, que precisa se internar para realizar exames mas, por falta de quartos disponíveis, ficou mais de 8 horas sentada numa cadeira na enfermaria, sentindo dores, ao longo desta segunda-feira (6).
Raimunda precisa se submeter a um exame de tomografia com contraste do abdômen, marcado para esta quarta-feira (8). Para fazer a tomografia, o paciente deve está internada em um dos leitos do Pronto-socorro. Segundo informações da neta de Raimunda, Analu Folhadela, de 37 anos, sua avó está com um cisto na barriga e sente muitas dores na região.
“Ela está com uma massa na barriga, por isso tem que fazer uma tomografia com contraste e outros exames. Fizemos alguns exames no posto de saúde e não apareceu nada, então o médico (do João Lúcio) pediu para fazer esta tomografia com contraste do abdômen. Mas, antes de realizá-la, ela deve passar por uma entrevista e só depois ser internada", informou a neta.
Segundo Analu, o tempo em que a paciente ficou aguardando a deixou muito desconfortável. "A minha avó também tem que fazer uma ressonância magnética, mas eles disseram que não fazem aqui. A gente reclama, mas ninguém faz nada porque não tem leito. Tem cerca de 40 pessoas na frente da minha avó na fila de espera por um lugar, mas enquanto isso fica tudo parado”, disse Analu.
A neta de Raimunda explica que ela não pôde fazer os exames na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) porque ainda não foi detectado o câncer. "Mas assim tá complicado, está um inferno no João Lúcio”, acrescentou.
Resposta
Em nota, a direção do Hospital Pronto-socorro Dr. João Lúcio informou que a paciente Raimunda da Silva Pereira chegou à unidade na manhã desta segunda-feira e, na triagem da classificação de risco, recebeu a identificação azul (paciente de menor risco). Ela fez uma tomografia sem contraste e teve resultado inconclusivo. Permaneceu em observação, preparando-se para realizar novo exame, desta vez com o uso de contraste.
A direção explicou que a classificação de risco é um padrão universal, recomendado pelo Ministério da Saúde, mas ressaltou que a paciente está recebendo todo o acompanhamento necessário.
A coordenação do hospital disse, ainda, que não procede a denúncia de falta de leitos na unidade. A paciente em questão não está internada porque não é a medida indicada para o seu caso. Ela encontra-se em observação e fazendo os exames necessários.
Denúncias recorrentes
A falta de leitos no João Lúcio já havia sido denunciada em reportagens publicadas no jornal A CRÍTICA neste domingo (5) e segunda-feira. De acordo com a matéria, macas das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são "emprestadas" para o pronto-socorro com o intuito de amenizar a falta de leitos, o que paralisa os atendimentos de urgência.
De acordo com funcionários, o problema é que está faltando leito para colocar os pacientes que chegam e, para que eles não fiquem no chão ou corredor, a direção prefere mantê-los na maca da ambulância do Samu. Ainda assim, há pacientes que ficam deitados em camas improvisadas por familiares, aguardando atendimento. 


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