Neta
de Raimunda da Silva Pereira, 79, disse que a avó ficou numa cadeira da
enfermaria sentada por mais de 8 horas, com dores na barriga, para
conseguir se internar e realizar uma tomografia, marcada para esta
quarta-feira (8)
A falta de leitos no João Lúcio já havia sido denunciada em
reportagem publicada no jornal A CRÍTICA nesta segunda-feira (6)
O
Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, localizado na Zona Leste de Manaus,
segue com seus leitos lotados, segundo denúncias. A última foi realizada
por familiares da idosa Raimunda da Silva Pereira, de 79 anos, que
precisa se internar para realizar exames mas, por falta de quartos
disponíveis, ficou mais de 8 horas sentada numa cadeira na enfermaria,
sentindo dores, ao longo desta segunda-feira (6).
Raimunda precisa se submeter a um exame de tomografia com contraste do abdômen, marcado para esta quarta-feira (8). Para fazer a tomografia, o paciente deve está internada em um dos leitos do Pronto-socorro. Segundo
informações da neta de Raimunda, Analu Folhadela, de 37 anos, sua avó
está com um cisto na barriga e sente muitas dores na região.
“Ela
está com uma massa na barriga, por isso tem que fazer uma tomografia
com contraste e outros exames. Fizemos alguns exames no posto de saúde e
não apareceu nada, então o médico (do João Lúcio) pediu para fazer esta
tomografia com contraste do abdômen. Mas, antes de realizá-la, ela deve
passar por uma entrevista e só depois ser internada", informou a neta.
Segundo
Analu, o tempo em que a paciente ficou aguardando a deixou muito
desconfortável. "A minha avó também tem que fazer uma ressonância
magnética, mas eles disseram que não fazem aqui. A gente reclama, mas
ninguém faz nada porque não tem leito. Tem cerca de 40 pessoas na frente
da minha avó na fila de espera por um lugar, mas enquanto isso fica
tudo parado”, disse Analu.
A neta de Raimunda explica que ela não pôde fazer os exames na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) porque ainda não foi detectado o câncer. "Mas assim tá complicado, está um inferno no João Lúcio”, acrescentou.
Resposta
Em
nota, a direção do Hospital Pronto-socorro Dr. João Lúcio informou que a
paciente Raimunda da Silva Pereira chegou à unidade na manhã desta
segunda-feira e, na triagem da classificação de risco, recebeu a
identificação azul (paciente de menor risco). Ela fez uma tomografia sem
contraste e teve resultado inconclusivo. Permaneceu em observação,
preparando-se para realizar novo exame, desta vez com o uso de
contraste.
A direção explicou que a classificação de risco é um padrão universal,
recomendado pelo Ministério da Saúde, mas ressaltou que a paciente está
recebendo todo o acompanhamento necessário.
A
coordenação do hospital disse, ainda, que não procede a denúncia
de falta de leitos na unidade. A paciente em questão não está internada
porque não é a medida indicada para o seu caso. Ela encontra-se em
observação e fazendo os exames necessários.
Denúncias recorrentes
A falta de leitos no João Lúcio já havia sido denunciada em reportagens publicadas no jornal A CRÍTICA neste domingo (5)
e segunda-feira. De acordo com a matéria, macas das ambulâncias do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são "emprestadas" para o
pronto-socorro com o intuito de amenizar a falta de leitos, o que
paralisa os atendimentos de urgência.
De
acordo com funcionários, o problema é que está faltando leito para
colocar os pacientes que chegam e, para que eles não fiquem no chão ou
corredor, a direção prefere mantê-los na maca da ambulância do Samu.
Ainda assim, há pacientes que ficam deitados em camas improvisadas por
familiares, aguardando atendimento.
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