(portal Acrítica)
Presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa reconheceu que a greve dos servidores está gerando prejuízos, mas desmente informações de que o comércio de Manaus estaria desabastecido de alimentos
Sindicalistas desmentem que o comércio de Manaus está
desabastecido e alegam que a arrecadação da Suframa é suficiente para a
reestruturação salarial
O
presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Anderson
Belchior, reconheceu que a greve dos servidores está gerando prejuízos,
mas desmente informações de que o comércio de Manaus estaria
desabastecido de alimentos.
“Estamos
cumprindo o que determina a lei de greve e que foi reconhecida,
inclusive, pelo Ministério Público Federal. Alimentos perecíveis,
materiais médicos, odontológicos, hospitalares e medicamentos estão
sendo liberados”, enfatizou o presidente em uma coletiva realizada no
auditório da Suframa nesta quinta-feira (2).
Além
disso, o sindicalista comentou sobre o arrecadamento da autarquia, seu
contingenciamento, o custo da reestruturação salarial dos servidores e o
descaso do governo federal com a situação.
“Nós
não queríamos estar em greve, o que queremos é que a nossa situação se
resolva. Se a derrubada do veto tivesse ocorrido no dia 1º, nós
voltaríamos às atividades no outro dia”, afirma o presidente do
Sindframa. “Mas o governo federal prefere articular para não
conseguirmos a derrubada do veto da presidente”, complementa a
insatisfação.
Para
ele, o que existe é um descaso do governo federal com a Zona Franca e
com a Amazônia Ocidental.O sindicato destacou que a reestruturação
salarial custa 32 milhões ao ano, e arrecadação da Suframa no ano
passado chegou a 500 milhões, com contingenciamento de 337 milhões.
“Não haverá qualquer custo para o governo federal. O que estamos vivenciando é só má vontade, ingerência”, afirmou.
Sefaz
O
governador José Melo afirmou nesta terça (30) que o governo estadual
analisa um arranjo jurídico para que o Estado atue na função de forma
permanente, apoiando o serviço realizado pelos técnicos da Suframa e
ajudando a acelerar a liberação de mercadorias.
Segundo
Belchior, o governo do estado atua como parceiro dos servidores da
autarquia, mas afirma que o déficit na economia amazonense é reflexo da
crise econômica brasileira e não integralmente da greve.
E
complementa, afirmando que não há problema em funcionários da
Secretaria da Fazenda (Sefaz) atuarem na Suframa. “Existe um posto, e o
certo é fazer a fiscalização conjunta. Eles fiscalizam os ICMS, e nós os
impostos federais”, afirmou.
No
entanto, quando questionado sobre a possibilidade de funcionários da
Sefaz desenvolverem a mesma função dos servidores da autarquia, em tom
crítico, o sindicalista respondeu afirmando que “é atestar a ingerência
de um órgão estadual para fazer o trabalho de um órgão federal. É rasgar
o código tributário nacional, a constituição federal e acabar com a
Suframa”, enfatizou.
Deputados apoiam luta de servidores
O
deputado estadual José Ricardo (PT), reconhece como legítima a luta dos
servidores da Suframa, mas afirma que o arrecadamento da autarquia
pertence ao Governo Federal, portanto, a situação deve ser analisada com
cautela e devem ser encontradas medidas que sejam sólidas para os
servidores.
“Sabemos
que a instituição é importante para a economia do estado e do Brasil,
por isso o meu apoio à reivindicação dos servidores, mas devemos
encontrar uma solução legal”, afirma o parlamentar.
De
acordo com Serafim Corrêa, deputado estadual (PSB), a reestruturação
salarial dos servidores da autarquia é realizável, porque a Suframa já
produz esse dinheiro.
“Não
falta dinheiro. O que falta é vontade política porque a autarquia já
produz esse o valor necessário para a reestruturação salarial”, destaca o
deputado.
“Em vez de o governo
federal usar esse dinheiro aqui, ele está usando fora daqui, para pagar a
dívida interna, que é o chamado superávit primário”, explica Serafim.
Em sua opinião, a resolução do impasse está na sensibilidade do governo
federal.
Torcida
A
análise do veto da presidente está prevista para o dia 14 de julho -
último dia antes do recesso. A torcida da diretoria do Sindframa é que o
veto seja derrubado e que as atividades da autarquia sejam retomadas.
“Se isso não ocorrer dia 14, teremos um cenário muito grave”, destaca
Belchior.
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