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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Alunos de escolas públicas municipais vão embora mais cedo por falta de merenda



(portal Acrítica)

Segundo denúncia, há dois meses alunos são liberados mais cedo por falta de comida na escola; professores e pais fazem ‘cota’ para comprar suco e salsicha

Diretor de uma escola disse que Semed tem conhecimento do problema
Diretor de uma escola disse que Semed tem conhecimento do problema (Evandro Seixas)
Parte das 506 escolas da rede municipal de ensino, que atende aproximadamente 220 mil alunos, estão sem merenda há vários dias e, em algumas escolas, o problema já ultrapassa dois meses. Para piorar a situação, muitas escolas estão liberando os alunos mais cedo por não terem comida para oferecer aos estudantes e, em algumas delas, para não prejudicar o aprendizado, os professores e diretores compram, do próprio bolso, o lanche dos alunos.
Para os pais dos estudantes, o problema da falta de merenda começou, coincidentemente, quando iniciou o período eleitoral. Crianças carentes e em situação de vulnerabilidade social, segundo eles, muitas vezes vão para a escola na certeza de que terão café da manhã, lanche e almoço, mas ultimamente retornam para casa sem comer nada e antes do horário previsto.
Pai de um aluno de cinco anos de idade que cursa o 2º período da Educação Infantil, o vigilante Matteus Menezes, 30, reclama que o filho está há dois meses sem almoçar e merendar no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maestro Dirson Costa, na rua Coronel Ferreira de Araújo, Petrópolis, Zona Sul. Segundo ele, a solução que a escola utiliza para amenizar o problema da falta de merenda é vender picolés para arrecadar dinheiro e, assim, comprar o lanche dos alunos.
“O diretor relatou o problema e disse que a Semed (Secretaria Municipal de Educação) tem conhecimento. A recomendação no início do ano foi que era para os pais levarem os alunos para a escola e lá eles iriam ter café, merenda e almoço. Agora, a escola está tirando dinheiro da venda de picolé para comprar bolacha e suco”, explicou o vigilante, ao acrescentar que, se não fosse essa alternativa, os alunos teriam que ser dispensados mais cedo.
‘Cotinha’
Há duas semanas sem merenda escolar e há uma saindo mais cedo da aula, os alunos da escola municipal Tereza Rosa Aguiar Abtibol, na rua Girassol, São Francisco, Zona Sul, por alguns dias tiveram que levar R$ 1 para a escola para ajudar na merenda escolar. Segundo o pai de uma aluna de cinco anos que cursa a 1ª série da Educação Infantil,  Otávio Carlos, 49, com o dinheiro, a escola comprava salsicha para servir no lanche.
“Muitas crianças carentes que moram próximo à escola vão à aula por causa da merenda. Desde a semana passada que todos estão saindo cedo, sem merendar”, declarou Otávio.
Uma funcionária da escola municipal Francisca Soares dos Santos, no loteamento Castanheira, Zona Leste, confirmou que a falta de merenda escolar é “geral, em todas as escolas do município”. Segundo ela, depois de 15 dias com os alunos tomando somente suco no intervalo, na última quarta-feira chegaram mais pacotes de suco e peixe. “Para a Semed parece que está tudo bem, mas não está. Os professores chegam até a comprar alguns itens. Às vezes tem suco, mas não tem açúcar”, frisou.
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