(portal Acrítica)
Segundo denúncia, há dois meses alunos são liberados mais cedo por falta de comida na escola; professores e pais fazem ‘cota’ para comprar suco e salsicha
Parte
das 506 escolas da rede municipal de ensino, que atende aproximadamente
220 mil alunos, estão sem merenda há vários dias e, em algumas escolas,
o problema já ultrapassa dois meses. Para piorar a situação, muitas
escolas estão liberando os alunos mais cedo por não terem comida para
oferecer aos estudantes e, em algumas delas, para não prejudicar o
aprendizado, os professores e diretores compram, do próprio bolso, o
lanche dos alunos.
Para
os pais dos estudantes, o problema da falta de merenda começou,
coincidentemente, quando iniciou o período eleitoral. Crianças carentes e
em situação de vulnerabilidade social, segundo eles, muitas vezes vão
para a escola na certeza de que terão café da manhã, lanche e almoço,
mas ultimamente retornam para casa sem comer nada e antes do horário
previsto.
Pai
de um aluno de cinco anos de idade que cursa o 2º período da Educação
Infantil, o vigilante Matteus Menezes, 30, reclama que o filho está há
dois meses sem almoçar e merendar no Centro Municipal de Educação
Infantil (CMEI) Maestro Dirson Costa, na rua Coronel Ferreira de Araújo,
Petrópolis, Zona Sul. Segundo ele, a solução que a escola utiliza para
amenizar o problema da falta de merenda é vender picolés para arrecadar
dinheiro e, assim, comprar o lanche dos alunos.
“O
diretor relatou o problema e disse que a Semed (Secretaria Municipal de
Educação) tem conhecimento. A recomendação no início do ano foi que era
para os pais levarem os alunos para a escola e lá eles iriam ter café,
merenda e almoço. Agora, a escola está tirando dinheiro da venda de
picolé para comprar bolacha e suco”, explicou o vigilante, ao
acrescentar que, se não fosse essa alternativa, os alunos teriam que ser
dispensados mais cedo.
‘Cotinha’
Há
duas semanas sem merenda escolar e há uma saindo mais cedo da aula, os
alunos da escola municipal Tereza Rosa Aguiar Abtibol, na rua Girassol,
São Francisco, Zona Sul, por alguns dias tiveram que levar R$ 1 para a
escola para ajudar na merenda escolar. Segundo o pai de uma aluna de
cinco anos que cursa a 1ª série da Educação Infantil, Otávio Carlos,
49, com o dinheiro, a escola comprava salsicha para servir no lanche.
“Muitas
crianças carentes que moram próximo à escola vão à aula por causa da
merenda. Desde a semana passada que todos estão saindo cedo, sem
merendar”, declarou Otávio.
Uma
funcionária da escola municipal Francisca Soares dos Santos, no
loteamento Castanheira, Zona Leste, confirmou que a falta de merenda
escolar é “geral, em todas as escolas do município”. Segundo ela, depois
de 15 dias com os alunos tomando somente suco no intervalo, na última
quarta-feira chegaram mais pacotes de suco e peixe. “Para a Semed parece
que está tudo bem, mas não está. Os professores chegam até a comprar
alguns itens. Às vezes tem suco, mas não tem açúcar”, frisou.
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