(Portal Acrítica)
Senador
petista disse que o então ministro dos Transportes firmou um acordo
ilícito para promover 'uma descentralização de todos os investimentos
federais' em Mato Grosso do Sul para 'facilitar a arrecadação de
propina'; Alfredo tachou citação de absurda e irresponsável
Alfredo Nascimento disse que a citação de seu nome por parte do senador Delcídio Amaral é absurda e irresponsável
Ex-ministro
dos Transportes dos governos de Lula e Dilma Rousseff, atualmente
deputado federal pelo Amazonas, Alfredo Nascimento (PR) foi apontado na
delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT/MS) como o
responsável por “articular vários investimentos espúrios com
governadores de estados de vários partidos”. A íntegra da delação foi
divulgada nesta terça-feira (15).
No
documento, homologado hoje pelo ministro Teori Zavascki, Delcídio do
Amaral afirma que Nascimento, graças a sua posição privilegiada como
ministro, matinha a bancada do Partido da República (PR) unida, o que
facilitava a execução do esquema “através de um jogo combinado” entre o
ministro, o ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Pucinelli
(PMDB/MS), e o então secretário dele Edson Giroto, para promover “uma
descentralização de todos os investimentos federais no estado, de forma a
facilitar a arrecadação de propina”.
Ainda
de acordo com o documento, “Edson Giroto foi quem ficou responsável
pela operacionalização desta descentralização de investimentos, sendo
que a propina arrecadada era repassada ao PR e ao PMDB, através de
Alfredo Nascimento”.
Segundo
o delator, o esquema gerou uma investigação do Ministério Público e da
Polícia Federal, chamada de Operação Lama Asfáltica, “que aparentemente
vem enfrentando dificuldades para avançar”.
Na
delação premiada, Delcídio do Amaral não deixa claro como a
descentralização dos investimentos federais no estado de Mato Grosso do
Sul era feita.
Operação Lama Asfáltica
Está
em curso no Mato Grosso do Sul a investigação intitulada Lama Asfáltica
- operação conjunta entre MPF, PF, CGU e Receita Federal para
desarticular organização criminosa especializada em desviar recursos
públicos por meio de fraudes a licitações, contratos administrativos e
superfaturamento em obras no Estado. As informações são do MPF/MS.
Estima-se
um prejuízo de pelo menos R$ 11 milhões aos cofres públicos. Entre os
contratos com indícios de fraude aparecem as licitações para a
pavimentação da MS-430, que liga o município de São Gabriel do Oeste a
Rio Negro, o aterro sanitário de Campo Grande, o Aquário do Pantanal e
as Avenidas Lúdio Coelho Martins e Duque de Caxias. A Operação Lama
Asfáltica corre em segredo de Justiça.
Inocência
Alfredo
Nascimento renunciou ao cargo de ministro dos Transportes, em julho de
2011, depois que denúncias de um suposto esquema de superfaturamento em
obras envolvendo servidores da pasta vieram à tona.
Na
época, a revista “Veja” relatou que representantes do PR recebiam
propinas de empreiteiras. Alfredo Nascimento foi inocentado de todas as
denúncias no Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público Federal não
conseguiu comprová-las.
Posicionamento
Em
nota divulgada em seu perfil no Facebook, Alfredo Nascimento disse que a
citação de seu nome por parte do senador Delcídio Amaral é absurda e
irresponsável.
“Delcídio
não apresenta qualquer prova ou mesmo indícios de minha participação em
qualquer esquema ilícito. Estou absolutamente tranquilo porque nada de
ilegal pratiquei. Alvo de outra falsa denúncia em 2011, fui investigado
por dois anos pela Polícia Federal e Ministério Público e não
encontraram absolutamente nada contra minha pessoa. Fui absolvido.
Agora, novamente, tentam me envolver em escândalo sem qualquer
fundamento, na base do ‘ouvi dizer’, de insinuações, de calúnias. Estou à
disposição da justiça para provar mais uma vez minha inocência”,
declarou o parlamentar.
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