(Portal Acrítica)
Muitos preferem voltar para casa a ter que passar por essa situação; direção da unidade diz que chuvas fortes causaram problemas e que está buscando reparo
Manaus (AM), 02 de Março de 2016
SILANE SOUZA
Vídeos e fotos enviadas ao Portal A Crítica
mostram pacientes internados na sala de observação 2 do Hospital e
Pronto-Socorro João Lúcio, na Zona Leste, tendo as camas molhada por
goteiras durante a chuva que atingiu Manaus ontem desta terça-feira
(1º). De acordo com os acompanhantes de pacientes da unidade hospitalar,
a situação não é nova, ela se repete desde o ano passado.
“Tenho
uma tia que está internada nessa sala de emergência do João Lúcio. No
final do ano passado a gente via essa situação acontecer quando chovia. A
sala fica toda molhada e os pacientes têm que sair de seus leitos para
não se molharem. Isso é um absurdo porque esses pacientes precisam ficar
em repouso, muitos estão com doenças graves”, afirmou à universitária
Karin Portilho Schmidt, 19.
A
tia de Karin, Maria Ângela Portilho de Souza, 48, tem aneurisma
cerebral com hemorragia e está internada no Hospital e Pronto Socorro
João Lúcio há mais de dois meses. A universitária conta que durante esse
período muitos pacientes preferiram ir para casa a passar por esse
constrangimento. “Muitos leitos estão vazios, sem ninguém porque as
pessoas estão preferindo morrer em casa”, apontou.
Sem resposta
Enfermeiro-geral,
enfermeiro-chefe, diretoria do João Lúcio, todos foram procurados pelos
parentes de pacientes da sala de observação 2 para solucionarem o
problema, mas ninguém fez nada, conforme informou Karin. Os vídeos
enviados por ela ao A Crítica foram gravados durante as
chuvas que ocorreram nos últimos dias 23 de fevereiro e 1º de março.
Algumas fotos são também do último dia 25.
A
mãe de Karin, Carmem Portilho, fez o registro. Durante a gravação ela
relata que após uma semana de visita os problemas na sala de emergência
observação 2 do João Lúcio continuam do mesmo jeito. “Só fazem promessa.
Tiraram o forro e até hoje não providenciaram outro. Um lugar onde era
para a pessoa estar internada, em tratamento, fica interditado quando
chove por causa das goteiras”, relatou.
Mutirão de limpeza
Durante
a chuva dos últimos dias, baldes são utilizados para aparar a água nas
salas e acompanhantes ajudam na limpeza para evitar acidentes. “É uma
situação desumana colocar paciente de alto risco, com doenças graves, no
lugar onde eles não conseguem ficar de repouso, pois toda vez que chove
tem que levantar para sair dos leitos e a coisa mais triste é as
pessoas abandonando os leitos por conta desse problema”, declarou Karin.
Direção pede obra
A
direção do Hospital e Pronto Socorro Doutor João Lúcio informou que os
problemas no telhado da enfermaria foram causados por fortes chuvas. A
direção, logo de imediato, providenciou reparos emergenciais, mas o
problema voltou a ocorrer.
Diante
disso, o hospital está encaminhando à Secretaria Estadual de Saúde
(Susam) solicitação de serviços de Engenharia que possam resolver a
situação, em definitivo.
Em
relação às demais queixas dos usuários, a direção determinou que a
equipe de manutenção da unidade faça uma revisão dos itens citados, da
mesma forma que o serviço de limpeza foi orientado a redobrar os
cuidados os depósitos de lixo do ambiente, que devem ser mantidos
fechados.
Registro evidencia problema
De
acordo com a universitária Karin Portilho Schmidt, outros problemas são
encontrados no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio. Um vídeo gravado
por ela no último dia 23 mostra as péssimas condições do banheiro da
sala de observação 2 da unidade hospitalar.
A cadeira para pacientes mais debilitados, que não podem ficar em pé, está toda enferrujada. Mesmo assim, eles tomam banho nela.
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