(Portal Acrítica)
Fardado, o cabo bate no homem, que é presidiário, e o acusa de ter ameaçado sua mulher; a agressão ocorreu na madrugada deste domingo (6)
Um
policial militar fardado, identificado como cabo Heleno Garcia, agrediu
um paciente com vários socos dentro do Hospital Padre Colombo, no
município de Parintins (distante 369 quilômetros), na madrugada deste
domingo (6). Testemunhas gravaram a agressão e divulgaram o vídeo nas
redes sociais.
A
agressão começa logo aos 11 segundos do vídeo, quando o cabo dá dois
socos no paciente, que é presidiário e e questiona: “Você vai me matar
lá dentro? Está todo mundo vendo o que o senhor está fazendo”.
O
policial então retruca: “agora vê se tu ameaça minha mulher de novo”, e
completa com palavrões e xingamentos. O paciente nega que tenha
ameaçado a esposa do militar e pede provas da acusação. “Eu não ameacei
ninguém, tu sabe que não tem direito de agredir ninguém, está todo mundo
de prova que eu não ameacei”, diz o paciente, apontando para as
testemunhas.
Em
seguida, aos 44 segundos, o policial volta a agredir o paciente
recém-operado. “Uma porrada que eu vou te dar, ninguém vai tirar, seu
otário”, grita o policial, finalizando com mais socos. A mulher citado
no vídeo, esposa do agressor, também é policial militar e estava
acompanhando o presidiário no hospital.
Em
entrevista ao repórter Cleimer Carneiro, da rádio Alvorada de
Parintins, o paciente, que é mineiro e foi identificado apenas como
Vanderson, voltou a negar que tenha ameaçado a esposa do policial e
contou que cumpre pena há um ano. “Estou preso por um mandado de prisão
de 2003, de Minas Gerais, pelo crime do artigo 155 (subtrair, para si ou
para outrem, coisa alheia móvel)”.
'Ação foi brutal', diz bispo
O
Hospital Padre Colombo é uma unidade filantrópica, que possui convênio
com a Secretaria Estadual de Saúde e com a Prefeitura do município. O
coordenador das Cáritas da Diocese de Parintins, bispo Dom Giuliano
classificou o ocorrido como uma “ação brutal”.
“Já
me pronunciei nas rádios locais pedindo que os responsáveis por este
policial tomem providências. Este servidor não pode invadir um hospital e
agredir um paciente nosso. Não tem a ver se ele é preso, se é rico ou
se é pobre. Recebemos e operamos este homem e não esperávamos uma
conduta desta de um policial”.
Segundo
o bispo, o vídeo que está circulando não foi a primeira agressão.
“Soubemos que este policial já tinha ido ao hospital, na mesma noite e
agrediu o paciente. Quando ele voltou, os outros pacientes indignados,
resolveram filmar a ação e prestaram esse serviço justo naquilo que está
dentro dos direitos humanos”, relatou.
Abandonou o posto de serviço
Procurado pelo Portal A Crítica,
o comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar de Parintins,
tenente-coronel Valadares Júnior, informou que assim que tomou
conhecimento do vídeo, identificou o cabo e tentou localizá-lo. No
entanto, o policial não foi encontrado e familiares disseram que ele
estaria aproveitando o dia de folga no município de Nhamundá, próximo de
Parintins.
“Este
cabo estava de serviço na unidade prisional da cidade quando recebeu
uma ligação da mulher dele, dizendo que este paciente teria dito
palavras de baixo calão para ela. Ele imediatamente abandonou seu posto
de trabalho e foi para o hospital, onde tomou essa atitude impensada”,
relatou o coronel.
Ainda
segundo Valadares, o policial poderá ser preso se ainda for localizado
em flagrante. Caso contrário, será aberto uma sindicância. “É fato que
houve um desvio e esta não é uma orientação da Polícia Militar. Iremos
tomar todas as medidas cabíveis”, finalizou o comandante.
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