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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Transporte coletivo de Manaus acumula dívidas



(portal Acrítica)

Diretor-presidente do Detran-AM diz que esperar, desde maio do ano passado, dar continuidade às negociações com as empresas do sistema

A frota atual do transporte coletivo é de 1,6 mil ônibus e, segundo Leonel, cerca de 80% desse total está em dívida
A frota atual do transporte coletivo é de 1,6 mil ônibus e, segundo Leonel, cerca de 80% desse total está em dívida (Érica Melo)
Além de não atender de maneira satisfatória a demanda dos usuários de Manaus, a frota de ônibus das empresas do sistema de transporte coletivo está na rua em dívida com o licenciamento anual e o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) há, pelo menos, cinco anos.
O diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-Am), Leonel Feitoza, disse que espera, desde maio do ano passado, os representantes das empresas do transporte coletivo para dar continuidade às negociações.  “Eles - do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros  de Manaus (Sinetram) - pediram o parcelamento, nós consultamos a procuradoria para saber se poderia haver parcelamento e falamos que era possível. Mandamos alguns documentos para eles falando de como seria esse parcelamento, mas ainda estou esperando que eles venham até o Detran”, disse Leonel. 
A frota atual do transporte coletivo é de 1,6 mil ônibus e, segundo Leonel, cerca de 80% desse total está em dívida com o licenciamento e o seguro DPVAT. “A dívida existe, chega à casa dos milhões e só aumenta, mas não fomos procurados novamente”. 
Ainda conforme informações do diretor-presidente, o Detran vai solicitar o valor total do endividamento junto a Processamento de Dados do Amazonas (Prodam). “Não estou mais em posse desses números porque passou muito tempo novamente e o valor já é outro, mas vou me atualizar e esperar”, ressaltou. 
O Sinetram não entrou em detalhes sobre o assunto e informou apenas que “há atrasos no licenciamento de algumas empresas, no entanto outras estão com o pagamento em dia”. 
Usuários
Sem saber que paga um valor mais alto para  utilizar veículos irregulares, o que mais incomoda os 900 mil passageiros diários é a ineficiência dos serviços prestados. Para os que precisam, a demora, a falta de educação dos motoristas e cobradores, paradas de ônibus e terminais abandonados e sem reparos há anos, não justificam o recente aumento para R$ 3. 
Sem lugar para se abrigar, a espera é ainda pior para o industriário Júnior César Leite, 37. Na avenida 7 de Maio, no Santa Etelvina, a parada não tem cobertura, bancos e nem identificação. “Nunca teve parada aqui. O ônibus pode demorar o quanto for que nós vamos continuar sentados no meio fio”, afirma o morador do bairro. 
O que incomoda a dona de casa Ana Cristina Nascimento, 48, moradora do conjunto Cidade Nova 5, é a demora. “Nessa área temos duas linhas que demoram muito. Essas linhas só nos levam para o terminal, que não é metade da viagem se eu quiser ir ao Centro, por exemplo”. Ana disse ainda que é uma das muitas moradoras da cidade que gostaria de abrir mão dos carros particulares para utilizar um transporte público de qualidade. 
Mesmo correndo risco de machucar a perna, a usuária Teresinha da Silva Barbosa, 34, se arrisca em um banco  com ferros a mostra. Ela e a filha moram em Manicoré e estão em Manaus há seis meses.
Nos terminais, a insatisfação é geral. O Terminal 1, na Constantino Nery, é um dos mais criticados. “O local é vergonhoso. Sei que muito é parte do vandalismo, mas o que me pergunto é o motivo de não se colocar segurança para evitar e reformar essas áreas?”, desabafa Silene Ferreira, 47, que trabalha de vendedora ambulante.

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