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segunda-feira, 16 de março de 2015

Maduro poderá governar Venezuela por decreto

(portal Acrítica)

Em barulhenta sessão na Assembleia Nacional, os parlamentares do Partido Socialista, que está no poder e tem maioria, aplaudiram a lei

Maduro (foto), segundo pesquisas de intenção de voto, aparece na liderança, seguido pelo governador de Miranda, Henrique Capriles
Maduro diz que a medida conterá intervenção dos EUA no país, mas oposição a condena (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O Parlamento da Venezuela garantiu neste domingo (15) ao presidente Nicolás Maduro poder de governar por decreto até o fim de 2015, num gesto que o mandatário diz que servirá para defender o país da intervenção dos Estados Unidos, mas que a oposição condena como prova de autocracia.
Em barulhenta sessão na Assembleia Nacional, os parlamentares do Partido Socialista, que está no poder e tem maioria, aplaudiram a lei como resposta legítima a uma sanção dos Estados Unidos a sete autoridades venezuelanas e uma subsequente declaração de que a Venezuela seria uma "ameaça à segurança".
"Eles (Estados Unidos) querem por suas mãos na riqueza da Venezuela, assim como fizeram com outros países", disse a parlamentar Tani Diaz, apresentando a lei como uma legislação de caráter "anti-imperialista".
Do lado de fora da assembleia, apoiadores do presidente Maduro, vestindo vermelho, gritavam e seguravam cartazes com os dizeres: "Yankees, vão para a casa!". Em seus discursos, deputados da oposição, agitados, afirmaram que Maduro estaria cinicamente tirando proveito do impasse diplomático com Washington para acumular poderes, justificar a repressão e distrair os venezuelanos dos problemas econômicos vigentes, como escassez grave de produtos básicos."Corruptos: suas viagens à Disneylândia estão acabadas", escreveu no Twitter o líder da oposição Henrique Capriles, em referência ao cancelamento dos vistos de sete autoridades venezuelanas que Washington acusa de corrupção e violação a direitos humanos. "O povo venezuelano não é estúpido. Isso (medida do governo dos EUA) é contra vocês, não contra a Venezuela", acrescentou.A medida norte-americano desencadeou denúncias diárias de Maduro, uma série de passeatas "anti-imperialistas", treinamentos cada vez mais frequentes do Exército e uma proliferação de grafites nas cidades condenando a interferência "gringa". Além disso, ofuscou o incômodo de muitos venezuelanos, que sofrem com a maior inflação das Américas, longas filas por comida e medicamentos e escassez de muitos produtos básicos. Maduro, ex-líder sindicalista de 52 anos de idade e ministro das relações exteriores que ganhou as eleições para substituir Hugo Chavez em 2013, viu sua aprovação cair drasticamente durante a crise econômica, mas membros de institutos de pesquisa já preveem que ele deve voltar a subir com a tática de orgulho nacionalista e recuperar prestígio com os eleitores após o pequeno conflito com os norte-americanos. Tanto governo como oposição já se preparam para eleições para a Assembleia Nacional ainda neste ano. A data ainda não foi confirmada. Cientes dos episódios passados de interferência norte-americana no continente, os países vizinhos latino-americanos têm apoiado Maduro. O bloco Unasul condenou a "ameaça intervencionista" de Washington em um comunicado. É a segunda vez que Maduro é empoderado pela Lei Habilitante durante seus dois anos de governo.

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