(portal Acrítica)
Para
seis vereadores de Manaus ouvidos por A CRÍTICA, a medida é a principal
reivindicação do movimento 'Fora Dilma', que em Manaus, na manhã de
domingo (15), levou 22 mil pessoas às ruas do Centro da capital
No domingo, a exemplo do que ocorreu em várias capitais do Brasil,
manifestantes tomaram as ruas do Centro de Manaus para pedir o fim da
corrupção e a saída da presidente da República Dilma Rousseff
De
um total de 17 vereadores ouvidos, ontem, pela reportagem do jornal A
CRÍTICA sobre as manifestações contra o Governo Federal e o PT, seis
parlamentares defenderam o impeachment da presidente Dilma Rousseff
(PT). A medida é a principal reivindicação do movimento “Fora Dilma”,
que em Manaus, na manhã de domingo (15), levou 22 mil pessoas às ruas do
Centro da capital amazonense.
Os
17 parlamentares que participaram da enquete correspondem a 41% dos
vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Desta forma, menos da
metade é favorável ao impeachment – 35%. Os vereadores que declararam
abertamente que são favoráveis à saída da presidente, por meio do
impeachment, são: Álvaro Campelo (PP), Wilma Queiroz e Sildomar Abtibol,
do Pros, Therezinha Ruiz (DEM), Hiram Nicolau (PSD) e Fabrício Lima
(SDD).
Para
a vereadora Vilma Queiroz (Pros), além do escândalo da Petrobras,
“ainda existem mais indícios de corrupção que deverão vir à tona”. “E em
relação ao impeachment, sou favorável. Até porque nunca compactuei com a
gestão dela (Dilma). Os brasileiros realmente têm que sair de casa,
todos temos que reivindicar o que nos é de direito”, disse a
parlamentar.
Já
a vereadora Therezinha Ruiz (DEM) destacou que o Brasil não terá
credibilidade interna, e principalmente externa, com os constantes
crimes revelados durante o governo Dilma. “Sou a favor, sim, do
impeachment. Como que poderemos exigir tantos investimentos
internacionais se não estamos fazendo a nossa lição de casa, que é
cuidar bem do nosso patrimônio? E um dos nossos maiores patrimônios é a
Petrobras que está sendo dilacerada”, argumentou Ruiz.
O
vice-presidente da CMM, vereador Hiram Nicolau (PSD), declarou que “as
provas estão voando por aí, basta pegar uma”. “E se pegar uma prova
material e somar à vontade da população, é óbvio que o caminho do
impeachment é inevitável. Eu sou a favor, sim, do impeachment, pois o
povo é soberano e deu seu recado ontem”, falou Hiram.
O
vereador Fabrício Lima (SDD) disse ser favorável ao impeachment da
presidente, desde a eleição passada. “Eu votei no Aécio (Neves), não
votei nela. Só acho que os congressistas vão ter que achar um mecanismo
para fazer isso. Mas sou a favor, sim”.
Sildomar
Abtibol, vereador pelo Pros, disse que, o ideal para o povo brasileiro
seria que a presidente renunciasse ao mandato. “O impeachment pelo que
vemos na própria Constituição é algo difícil de se conseguir. Penso que a
população tem que continuar indo às ruas e manifestando o seu
descrédito para, quem sabe, ela (Dilma Rousseff) cai na real e renuncia o
mandato”, defendeu Abtibol.
Governo é ruim, mas é preciso prova
Dos
17 parlamentares ouvidos pela reportagem, nove disseram ser favoráveis
ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) caso aja materialidade
de crime de responsabilidade, são eles: Luis Mitoso (PSD), Marcelo
Serafim e Elias Emanuel do PSB, Roberto Sabino (Pros), Professor Samuel
(PPS), Everaldo Farias (PV), Alonso Oliveira e Walfran Torres do PTC e
Wilker Barreto (PHS).
“Nenhum
brasileiro, por mais analfabeto que seja, faria uma gestão pior do que a
da Dilma Rousseff. Se houver materialidade do crime, serei a favor da
minha pátria e contra a Dilma”, defendeu Samuel.
O
vereador Roberto Sabino disse que se fosse a presidente Dilma Rousseff,
vendo a pressão da população que foi às ruas, renunciaria. “O poder
emana do povo, e se esse povo persistir nas ruas pedindo a saída dela,
se eu fosse ela, renunciaria”.
Já
Luis Mitoso afirmou que “o sentimento não é de partido, o sentimento é
do povo brasileiro”. “O verde e amarelo foi uma constante na
manifestação de domingo, diferentemente da sexta-feira numa movimentação
partidária, paga, para que aquelas pessoas fossem às ruas. Movimentação
essa que tinha uma cor: vermelha. Se houver provas materiais contra a
presidente, sou favorável ao impeachment”.
Blog: Marcelo Serafim, vereador do PSB
A
presidente mentiu, foi desonesta com o povo brasileiro e agora ela
recebe como resposta a cobrança das ruas, só que nós temos que ter
responsabilidade nessa cobrança. Por exemplo, eu vi pessoas defendendo a
volta da ditadura militar, e esse tipo de coisa eu não posso defender.
Ela disse que não haveria aumento de tributos, disse que não haveria
mudanças nas leis trabalhistas e tudo isso esta acontecendo. O PSB está
esperando que exista pressupostos para o pedido de impeachment. Eu sou a
favor da ampla investigação dos crimes praticados. Se ao final ficar
comprovada a presença da presidente Dilma nesses crimes, eu sou
favorável ao seu impeachment.
Vereador Álvaro Campelo: “Não há mais clima”
“Nós
temos que ouvir a voz das ruas. E a voz das ruas pede o impeachment da
presidente da República Dilma Rousseff (PT). Eu estou aguardando uma
posição oficial do meu partido (Partido Progressista) sobre essa
situação. Mas, pessoalmente, eu defendo o impeachment da presidente
Dilma Rousseff. Não vejo mais clima político para a permanência da
presidente Dilma à frente da administração do nosso País. Realmente, não
há condições. As denúncias são muito graves, o clima de insatisfação é
geral, de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Brasil. Não há clima e tem
que haver uma renovação”, defendeu o vereador Álvaro Campelo (PP).
Vereador Professor Bibiano: “Querem criar crime”
“Eu
acho que os nobres companheiros precisam estudar um pouquinho mais a
Constituição. Um pedido de impeachment só cabe quando, evidentemente,
existe um crime flagranteado e posto pelo Poder Executivo. E não existe
nada disso. O que está se procurando fazer, no meu entendimento, é abrir
prerrogativas que são muito preocupantes para o Estado Democrático de
Direito que vivemos, uma vez que se coloca ou imputa a qualquer figura
pública, no caso, a presidente Dilma Rousseff, um crime que ela não
cometeu. Significa dizer que qualquer um outro político ou parlamentar
poderá sofrer das mesmas sanções”, disse o vereador Bibiano (PT).
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