(portal Acrítica)
Objetivo dos moradores era cobrar um posicionamento sobre a administração de um complexo esportivo no bairro
Mesmo ocupando as galerias com faixas e cartazes, moradores foram
solenemente ignorados pelos parlamentares durante a sessão de ontem e
tiveram que se retirar sem qualquer resposta
A
Casa Legislativa que custa R$ 250,1 milhões por ano ao bolso do
contribuinte amazonense, ontem, se fez de surda e muda aos apelos de 140
moradores de um dos maiores redutos eleitorais de Manaus, o bairro de
São José, na Zona Leste da cidade.
No
início da manhã, moradores do bairro São José dividiram a galeria da
Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM). De um lado, membros da
Associação de Moradores e Amigos do Bairro São José 1, em maior número, e
do outro lado, membros da Liga Esportiva do bairro, em menor número.
Ambos com o mesmo objetivo: conquistar a administração do Complexo
Esportivo Paulo Roberto Souto.
De
acordo com a presidente da Associação de Moradores do São José, Marluce
Perdigao, 56, a ida de apoiadores da Associação à ALE foi motivada
após o deputado Sinésio Campos (PT) subir à tribuna na quinta-feira
passada (12) e sustentar que o Complexo Esportivo do São José foi
“tomado de assalto” por ela.
“A
verdade é que o secretário Elvis Damasceno (Semjel) nos chamou no dia 2
de fevereiro e nos pediu para administrarmos por seis meses o Complexo.
Nós não invadimos, não “tomamos de assalto” como o deputado Sinésio
disse. Temos a procuração do secretário da Semjel. E queremos hoje
(ontem) aqui o direito de resposta, pois me admira uma pessoa que tem
seis mandatos, é professor, subir a uma tribuna e denegrir a imagem de
cidadãos de bem”, falou a presidente da Associação.
Marluce
afirma que, em uma semana de administração, o Complexo já recebeu uma
série de transformações. “Eu e um grupo de mais 20 moradores do bairro
que capinamos, trocamos a iluminação, limpamos banheiros, e em nenhum
momento ninguém da Liga Esportiva do São José pegou numa enxada para
capinar, e o deputado Sinésio quer que o rapaz da Liga Esportiva (Erivan
Garcia) do bairro administre sozinho o Complexo. Por isso ele está
fazendo e falando essas inverdades”, contou.
Do
outro lado da galeria, cerca de 30 membros da Liga Esportiva do São
José, argumentaram que no último final de semana houve eleição para a
escolha da nova direção da Liga, historicamente, segundo eles,
responsável pela administração do Complexo Esportivo Paulo Roberto
Souto. Os escolhidos na eleição do final de semana, foram: Erivan Garcia
(presidente) e Vicente Prata (vice-presidente). Ambos não compareceram
ontem ao manifesto.
Apesar
da ausência dos principais interessados em assumir a gerência do
Complexo Esportivo , um dos membros da Liga Esportiva, Flávio Araújo,
30, empresário, se manifestou. “Ela (Marluce) diz que a parceria entre a
Associação de Moradores e a Liga Esportiva pode ser feita, mas com uma
condição: tudo que for feito pela Liga vai ter que passar pelo aval
dela. E isso nós não aceitamos”, informou Flávio.
Deixo nas mãos do prefeito de Manaus, diz Sinésio
Visto
com maus olhos por membros da Associação de Moradores e Amigos do
Bairro São José após ter dito, da tribuna, na quinta-feira passada, que a
presidente da Associação, Marluce Perdigão, “tomou de assalto” o
Complexo Esportivo Paulo Roberto Souto, o deputado Sinésio Campos (PT)
disse, ontem, que se reuniu com o prefeito Artur Neto (PSDB) na
segunda-feira para discutir o impasse.
“Na
verdade, estava eu e o Bi Garcia (deputado pelo PSDB), e o prefeito
designou um “embaixador”, que será o Bi Garcia, para dialogar com o
secretário Elvis Damasceno (Semjel). Deixo nas mãos do prefeito”, disse
Sinésio. Questionado o porquê do prefeito não tratar diretamente com o
secretário, seu subordinado, sobre a decisão de conceder a administração
do Complexo Esportivo para a Associação de Moradores do São José,
Sinésio disse não saber o motivo da decisão.
Semjel
O
secretário municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Semjel), Elvis
Damasceno, é apontado por moradores do bairro São José como responsável
por repassar a administração do Complexo Esportivo Paulo Roberto Souto
por seis meses para a Associação de Moradores do bairro. A reportagem
tentou entrar em contato com Damasceno através da assessoria de
comunicação da pasta, mas não foi atendida.
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