(Portal Acrítica)
A secretaria funciona ao lado da Superintendência Estadual de Habitação (Suhab), próxima ao Clube do Trabalhador do Serviço Social da Indústria (Sesi) e ao Hospital e Pronto Socorro João Lúcio
O oficial de Justiça Frank Soares informou à 3ª Vara da Fazenda
Pública Estadual que não encontrou o número 7.600 na alameda Cosme
Ferreira. Mesmo sem a ampliação acima, o número é bem visível
A Justiça ainda não conseguiu notificar a secretária estadual de infraestrutura (Seinfra), Waldívia Alencar, em uma ação de improbidade administrativa,
que aponta suposto prejuízo de R$ 23 milhões aos cofres públicos
movida pelo Ministério Público Estadual (MP-AM) há um ano. Na mais
recente investida, o oficial de Justiça Frank Soares informou à 3ª Vara
da Fazenda Pública Estadual que não encontrou o número 7.600 no retorno
da alameda Cosme Ferreira, bairro Coroado.
Trata-se
da sede da Seinfra, a qual, como se pode notar na foto ao lado, é
identificada por uma placa vertical de mais de quatro metros de altura e
pela numeração de endereço. A secretaria funciona ao lado da
Superintendência Estadual de Habitação (Suhab), próxima ao Clube do
Trabalhador do Serviço Social da Indústria (Sesi) e ao Hospital e Pronto
Socorro João Lúcio.
Depois
da diligência infrutífera, o seguinte relatório foi encaminhado ao juiz
Everaldo da Silva Lira no dia 12 de agosto. “Me dirigi ao endereço
indicado neste mandado, às 13hs00min, em 07/08/2015, e sendo aí,
observadas as formalidades legais, DEIXEI DE NOTIFICAR WALDÍVIA FERREIRA
ALENCAR e RAIMUNDO ALENCAR VIEIRA, em virtude do número 7.600 não
existir e/ou não localizado no Retorno da Alameda Cosme Ferreira. Bairro
Coroado. Em toda à extensão da Alameda existem dois retornos, e em
ambos foi localizados apenas números aproximados, digo: 2.234, 3.410,
7.000, 7.311. Devolvo a secretaria desta, para as providencias devidas
(sic)”.
Nesse
processo, não foi a primeira vez que a Justiça não conseguiu entregar a
citação da secretária. A primeira tentativa ocorreu no dia 2 de
fevereiro, segundo certidão assinada pela oficiala de Justiça Antônia
Serudo, que pode ser acessada no site do Tribunal de Justiça do Amazonas
(TJ-AM), no andamento processual. Ela conta que às 9h se dirigiu ao
condomínio Efigênio Sales, bairro Aleixo e foi informada na portaria que
Waldívia Alencar não se encontrava. Voltou no dia 9 do mesmo mês, às
14h, e recebeu a mesma resposta.
No
dia 13, a servidora da Justiça chegou ao condomínio às 7h. “O agente da
portaria senhor Frota, entrou em contato com a residência da
destinatária, e foi atendida por seu esposo senhor Pertoth, que não
autorizou a entrada desta oficiala no condomínio, mandando recado que
era pra destinatária ser notificada em seu local de trabalho, e tendo em
vista não constar seu endereço laboral, DEIXEI DE NOTIFICAR WALDÍVIA
FERREIRA ALENCAR”, diz o documento datado de 14 de abril.
Com
base nessa informação e em problemas nos endereços de outros
denunciados, o titular da 3ª Vara da Fazenda Pública determinou que o
MP-AM se manifestasse. No dia 24 de julho, a promotora Wandete Oliveira
Neto, autora da ação de improbidade, enviou à Justiça nova lista de
endereços no qual consta o do trabalho de Waldívia Alencar, na alameda
Cosme Ferreira (a sede da Seinfra). Constam também endereços de outras
notificações que estavam em aberto em nome Raimundo Expedito Vieira,
Aydamo Silva Campos, Plastiflex Empreendimentos da Amazônia, Mauro Lúcio
Mansur, Construtora Ponctual, e Tarumã Construções.
Fácil
- Não há dificuldade para se chegar do Fórum Henock Reis à Seinfra.
Basta seguir por duas das principais avenidas da cidade
'No aguardo’
A
secretária Waldívia Alencar informou, por meio de sua assessoria, que
tem conhecimento do caso, mas que ainda não foi notificada e que não
conhece o teor do processo. Ela disse ainda ter conhecimento de que
outras pessoas e empresas estariam inseridas no contexto deste processo,
embora não saiba enumerar quais são estas pessoas e empresas. A
secretária disse que está aguardando a notificação para se manifestar e
apresentar sua defesa.
Promotora pede bloqueio de bens
A
promotora de Justiça Wandete Neto, baseada em relatórios do Ministério
Público de Contas (MPC) e da Comissão de Inspeção da Diretoria de
Controle Externo de Obras Públicas do Tribunal de Contas do Estado
(TCE/AM), pede, na ação por improbidade administrativa, que seja
decretada a indisponibilidade dos bens da secretária estadual de
Infraestrutura, Waldívia Alencar e do outros três denunciados. Ela
também pede que os valor dos prejuízos supostamente causados ao
patrimônio público, R$ 23,6 milhões, sejam devolvidos.
Um
dos problemas apontados seria o pagamento por serviços que não foram
realizados “em sua plenitude”, o que na avaliação do MP-AM implicaria em
enriquecimento ilícito. A denúncia também aponta a realização de
operação financeira sem a observância das normas legais, como a
utilização de projetos básicos inconsistentes, formalização de aditivos
sem a devida comprovação dos serviços prestados, efetivação de
pagamentos mesmo diante de inconsistências das obras com o projeto
executivo. Cita ainda a negligência dos ordenadores de despesa e dos
fiscais das obras.
As
supostas irregularidades apontadas pelo TCE-AM, na prestação de contas
de 2009 da Seinfra, dizem respeito a contratos com a Construtora
Ponctual, Tarumã Construções, Plastiflex Empreendimentos, Construtora
Soma e Construir Indústria de Cerâmica e Construções para combate a
erosões em Manaus, manutenção das rodovias AM-010. M-352 e AM-070, obras
viárias em Canutama, Novo Aripuanã, Boca do Acre, Humaitá, Autazes,
Benjamin Constant, Tabatinga e Lábrea, subsestações do Proama. Na
denúncia, a promotora lembra que o TCE-AM não havia emitido acórdão
sobre essas contas.
Dos
denunciados, o único que já apresentou defesa prévia às questões
levantadas pelo MP-AM foi a construtora Soma. A contestação foi
registrada no dia 14 de maio deste ano pelo advogado Vasco do Amaral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário