(Portal Acrítica)
Para Corecon-AM e CDL Manaus, ‘é um imposto ruim e todo mundo perde poder aquisitivo’
Economista Marcus Evangelista, presidente do Corecon-AM e Empresário Ralph Assayag, presidente da CDL Manaus
Com o
retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)
próximo do bolso do consumidor, representantes de entidades e órgãos
comerciais do Amazonas avaliam que o consumo no Estado sofrerá uma
redução. Caso seja aprovado, o novo imposto será cobrado sobre
transações bancárias, incluindo compras no varejo pelo cartão magnético
em estabelecimentos comerciais.
A
CPMF é uma cobrança de alíquota de 0,2% sobre todas as movimentações
praticadas por pessoas físicas e empresas, no entanto, governos
estaduais pretendem aumentar a fatia de arrecadação em até 0,38%. A
proposta ainda precisa ser enviada ao Congresso Nacional para votação.
Segundo
a análise do presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas
(Corecon-AM), Marcus Evangelista, a partir da aprovação da medida, o
consumidor vai precisar considerar o novo peso da CPMF no dia a dia.
Isso significa dizer que cada transação financeira na conta em questão
deverá ser planejada para que o brasileiro gaste menos com o tributo sem
precisar abrir mão do uso frequente do cartão, substituto direto do uso
de dinheiro de papel.
“Movimentações
financeiras que fazemos sempre, diariamente, serão afetadas pelo
tributo. Comprar um picolé com cartão; pagamentos de boletos via caixa
eletrônico ou pelo celular; abastecer um carro; transferência de
valores; saques; em tudo será cobrado a alíquota de 0,2%, se aprovado o
retorno dessa contribuição provisória. Se você movimenta a conta cinco
vezes ao dia, imagina o quanto será pago de CPMF”, explicou Evangelista.
Prejuízos
O
presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus),
Ralph Assayag, afirma que a medida deve prejudicar todos os setores
financeiros. “Todo mundo vai pagar várias vezes o mesmo produto. Isso
tira o poder de giro do dinheiro. Como o efeito é de cascata, você paga o
meu imposto várias vezes, por exemplo: quando a fábrica compra material
ela paga, quando ela vende ela paga, quando o consumidor compra ele
paga. É um imposto ruim e com isso todo mundo perde poder aquisitivo,
logo, o consumo diminui”, ponderou.
Já
a presidência da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio-AM)
destacou que as exportações também sofrerão um impacto. “Não podemos
esquecer que a CPMF irá onerar indiretamente o custo do produto final da
exportação. A contribuição é um absurdo e prejudica toda a atividade
econômica, mostrando que o fator político se sobrepõe ao fato econômico
em um momento que a indústria vem sofrendo com uma redução em suas
exportações”.
Em números
Menos
6%: O comércio varejista do Amazonas registrou em julho uma queda de
-6% no volume de vendas em comparação a junho, de acordo com informações
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o oitavo
mês consecutivo que o Estado amarga resultados negativos de vendas.
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