Dois
veículos tiveram pane mecânica, um atrás do outro, o que causou ira nos
usuários do transporte público, que fecharam a avenida em protesto
Usuários
do transporte coletivo depredaram um ônibus e fecharam a av. Cosme
Ferreira, na Zona Leste de Manaus, próximo à rotatória do São José, na
manhã desta terça (15). O grupo ficou revoltado após dois coletivos
“pregarem”, em sequência. no mesmo trecho da via.
O
primeiro coletivo a sofrer pane mecânica foi o da linha 678, da empresa
Global Green, que vai do Jorge Teixeira, na Zona Leste, até a Ponta
Negra, Zona Oeste, lado oposto da cidade. Depois de o motorista informar
o ocorrido, os passageiros tiveram que sair e esperar outro ônibus.
Logo
após isso, mais um ônibus “pregou” naquele mesmo trecho da via, o 600,
também da Global. “Foram dois ônibus que ficaram no ‘prego’. Outro ia
passando e quebrou também, no mesmo lugar”, informou o tenente PM
Bahiense, 9ª Companhia Interativa Comunitária.
Todos
os passageiros dos dois ônibus tiveram que sair e, juntos, decidiram
interditar a via como forma de protesto contra a precariedade dos
coletivos. “O ônibus já saiu da garagem com problema, quebrado, e eles
sabiam disso”, disse um passageiro que não quis se identificar.
“O
ônibus estava lotado e todo mundo na hora do trabalho. Eles estavam
atrasados e teriam que esperar outro ônibus que viria lotado. Eles
queriam que saísse outro ônibus da garagem direto para pegar eles”,
informou o passageiro. A garagem da Global Green fica ao lado da
rotatória do São José, distante alguns metros do local da pane mecânica.
Na
ocasião, alguns usuários ficaram mais revoltados e arremessaram pedras
contra o coletivo 678, quebrando janelas. “O pessoal ficou indignado e
quebrou a janela. Eles exigiam melhorias porque os ônibus estavam de má
qualidade”, disse o tenente Bahiense.
O
trânsito ficou congestionado em grande parte da av. Cosme Ferreira
devido ao protesto, que durou entre 40 minutos a 1 hora. Outros ônibus
das mesmas linhas “pregadas” vieram e resgataram os passageiros. Agentes
do Manaustrans também foram ao local para trabalhar o fluxo.
“Chegaram
outros ônibus para dar apoio e todos se dispersaram e seguiram seus
destinos”, informou o tenente PM Bahiense, da 4ª Cicom. Por volta de 9h a
manifestação já havia terminado e o trânsito começava a melhorar na
avenida Cosme Ferreira.
Empresa
Segundo
o Sindicato das Empresas de Transporte de Manaus (Sinetram), foram 13
janelas quebradas no coletivo da linha 678, mas nenhuma foi depredada do
ônibus 600. O prejuízo seria cerca de R$ 7 mil para a empresa Global
Green, conforme a assessoria de imprensa do Sinetram.
Sobre
a pane mecânica, o Sinetram informou que os coletivos “são produzidos”
para andar sobre “vias frontais (principais), e como eles rodam pelos
bairros acabam com a suspensão prejudicada e também outras partes
mecânicas”.
“A
mola desses ônibus não é normal, é pneumático, com bolsa de ar. E como
eles passam por muita ondulação (buracos e desníveis no asfalto), a
bolsa de ar estoura. Esses (ônibus) articulados foram adquiridos na
época do BRT, na gestão do Amazonino, e só iam andar nas vias
principais. Só que a obra não foi feita e tiveram que usar esses
ônibus”, declarou o assessor do Sinetram, Lucas Prata.
De
acordo com o Sinetram, os coletivos passam constantemente por
manutenção. “É feita manutenção corretiva e preventiva. A corretiva é
quando acontece o problema, e a preventiva é pra prevenir”, disse Prata.
“As empresas vão instruir motoristas a lidar com esse tipo de solo, ir
mais devagar”.
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