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quarta-feira, 4 de março de 2015

Omar Aziz e Hissa Abrahão disputam o comando

(portal Acrítica)

Vencedor da eleição, que ocorrerá nesta quarta-feira (4), coordenará o grupo de senadores e deputados federais do Amazonas no Congresso

Omar Aziz é o preferido do grupo parlamentar amazonense mas Hissa também conta com aliados
Omar Aziz é o preferido do grupo parlamentar amazonense mas Hissa também conta com aliados (Divulgação)
Quatro anos depois de ficar sem comando e sem direção, a bancada de deputados federais e senadores do Amazonas, no Congresso Nacional, reúne nesta quarta-feira (4) seus membros para eleger o novo coordenador do grupo parlamentar.
A reunião, que acontecerá no gabinete do deputado Alfredo Nascimento (PR-AM) às 10h, vai escolher entre os nomes do senador Omar Aziz (PSD-AM) e do deputado federal Hissa Abrahão (PPS-AM). Omar Aziz é o preferido do grupo parlamentar amazonense, mesmo entre os deputados e senadores que teoricamente seriam oposição a ele. E tudo indica que o novo senador deverá ser alçado coordenador. 
Com o resultado das eleições de 2014, para Governo do Estado, a bancada ficou dividida com seis membros de um lado: Omar Aziz, Átila Lins (PSD-AM), Silas Câmara (PSD-AM), Arthur Bisneto (PSDB-AM), Pauderney Avelino (DEM-AM) e Alfredo Nascimento (PR-AM).
Do outro lado, o grupo que apoiou o senador licenciado e ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga: Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Sandra Braga (PMDB-AM), Marcos Rotta (PMDB-AM), Conceição Sampaio (PP-AM) e Hissa Abrahão. 
“Fico muito honrado com esta indicação e deferência da bancada. Caso seja o escolhido, vamos trabalhar unidos em defesa dos interesses do Estado do Amazonas independentemente de partido, de lado ou de posição política”, declarou o senador Omar Aziz.
Se confirmado coordenador, ele pretende reunir a bancada semanalmente ou de 15 em 15 dias. Elegerá como temas a serem discutidos a exploração mineral no Estado do Amazonas, como a silvinita; a conclusão da pavimentação da BR-319, a defesa da Zona Franca de Manaus entre outros.
O deputado Hissa Abrahão reconhece que o senador Omar Aziz tem maioria na bancada, mas ele diz que põe o nome para ser analisado pelos colegas parlamentares por ser a vez dos deputados ficarem com a coordenação. “A vaga é da Câmara. Se o Senado quiser o cargo, que ele tente em 2016. Se nenhum dos oito deputados quiser disputar, estou me propondo a ser o coordenador”, diz.
Questionado sobre o que faria no comando da bancada amazonense, Hissa Abrahão ressalta que é um político de diálogo, item fundamental para o cargo. “É preciso ter esse diálogo entre os membros, respeito, elegância e educação tanto no trato com os colegas como nos espaços institucionais, com ministros e outras autoridades”, destacou.
Caso venha a ser o coordenador, ele pretende reunir a bancada mensalmente, ter uma agenda positiva e discutir temas como a reforma tributária e o olhar diferenciado para a Zona Franca de Manaus por parte do Governo Federal; infraestrutura logística, como a conclusão da BR-319, outros modais como ferrovia e hidrovia. “Pautas regionais que precisam de apoio nacional. Essa será a nossa agenda para 2015”, destacou Hissa Abrahão.
Além de agregar a bancada, o cargo de coordenador de bancada é exigido somente no período de apresentação de emendas ao orçamento da União. É ele quem assina a ata contendo as propostas parlamentares com as ações e recursos.
Senador é cotado
O nome do senador Omar Aziz para coordenador da bancada do Amazonas surgiu desde que ele foi eleito em 2014. Deputados como Átila Lins e Silas Câmara, que já coordenaram a bancada em anos anteriores, e o deputado Pauderney Avelino, foram os primeiros a citá-lo para comandar no início da legislatura.
“Por ter sido governador, tem a experiência e a liderança para coordenar os trabalhos da nossa bancada. Acredito que o senador Omar desempenhará bem esse papel”, defendeu Pauderney Avelino.
Mesmo com a previsão de sair “eleito” pela maioria da bancada, deputados e senadores do Amazonas vão aproveitar o encontro para pedir a Omar Aziz que não repita a postura tomada na semana passada na audiência no Ministério da Integração Nacional.
O senador, que convidou os membros da bancada para tratar da enchente que atinge os municípios amazonenses na Defesa Civil/MIN, foi duro nas críticas, sendo pouco elegante com o ministro Gilberto Magalhães Occhi. O desconforto e constrangimento da bancada foi visível. 
Subcoordenador
Uma solução para agradar aos dois grupos políticos da bancada do Amazonas foi encontrada pelos defensores do senador Omar Aziz para coordenação: vão apresentar o nome do deputado federal Marcos Rotta (PMDB-AM) para ser o subcoordenador de bancada.
Além de ser da Câmara, o que cumpre uma das regras do acordo firmado nos anos anteriores, a saída neutralizaria Hissa Abrahão e parte do grupo adversário a Omar, já que é do PMDB, teoricamente do grupo de Eduardo Braga. 
Ao ser informado, Rotta disse estar surpreso com a indicação, mas a recebeu com agradecimento. “Fico lisonjeado com a menção ao meu nome, mas ninguém me falou nada sobre ser subcoordenador. Caso venha a acontecer, na reunião de hoje, irei trabalhar ao lado do nome escolhido para comandar a nossa pequena, mas valorosa bancada de deputados e senadores”, declarou.
Marcos Rotta acredita que o nome de Omar vai ser quase consenso entre os 11 membros. A senadora Sandra Braga (PMDB-AM) disse que o coordenador deve pensar sempre no bem maior do Estado do Amazonas.
'Escolher bem'
Um dos articuladores da reunião da bancada para escolher hoje o coordenador, tanto que ofereceu o gabinete para o encontro, o deputado federal Alfredo Nascimento (PR-AM) pode ser considerado o fiel da balança na escolha do nome.
Embora o senador Omar Aziz seja o preferido e tudo indica que vai mesmo ser o escolhido, Alfredo será o sexto voto que poderá definir o novo coordenador, caso seja necessário ir à votação. E ele é mesmo quem se coloca como esse pêndulo político, aquele que não está nem no grupo A (Omar/Melo) nem no grupo B (Eduardo Braga).
“Se não escolhermos bem quem vai comandar os trabalhos da bancada, o Estado do Amazonas vai pagar a conta. É preciso haver um consenso e o indicado obter a maioria sob pena de o coordenador seguir com um pequeno grupo a uma audiência nos Ministérios, ficando sem representatividade política”, declarou Alfredo Nascimento.

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