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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Fumaça das queimadas são um verdadeiro risco à saúde



(Portal Acrítica)

O cardiologista Aristóteles Alencar explica que a poluição causada pelas queimadas é um perigo para o manauense

Conforme Alencar, fumaça de queimadas tem poluentes químicos que podem chegar ao sangue e causar graves problemas
Conforme Alencar, fumaça de queimadas tem poluentes químicos que podem chegar ao sangue e causar graves problemas (Márcio Silva)
Enquanto continuar as queimadas em áreas no entorno de Manaus, como também em regiões rurais, a Leste e Nordeste da cidade, entre os Municípios de Rio Preto de Eva, Itacoatiara e Parintins, a núvem de fumaça continuará a incomodar o manauense e ocasionar sérios problemas respiratórios. Por conta disso, cardiologistas enfatizam que a saúde pública deve ficar atenta para os sérios problemas decorrentes dessa poluição.
Os efeitos agudos da poluição atmosférica são significativos para especialistas, e até destacam para os danos causados por óxido de enxofre e monóxido de carbono (mesmo gás que sai da descarga do automóvel). A aspiração desses componentes aumentam o número de internações hospitalares de idosos e crianças.
Para o doutor em cardiologia Aristóteles Alencar, o maior problema é a exposição a fumaça principalmente em meios coletivos, como vem ocorrendo em Manaus desde o dia primeiro deste mês.
“A população fica exposta ao risco de adoecer, trazendo consequências sérias e de custo elevado. Normalmente, Manaus é uma cidade poluída com o excesso de carros nas ruas, queima de óleo diesel para produção de energia, além da contaminação dos nossos igarapés. Há muita poluição para o habitat”, explicou.
A poluição é considerada pior, segundo o especialista, depois que os grandes focos de queimadas faz a fumaça se concentra na cidade. “Essas queimadas agravam ainda mais nossa situação.
A fumaça que amanhece envolvendo a cidade é fruto da combustão de biomassa, portanto temos elementos químicos e elementos físicos espalhados na atmosfera que deveria nos fornecer oxigênio para nossa respiração”, disse o cardiologista. “Nessa fumaça existe muito material particulado, que dependendo do seu tamanho, podem até entrar pelo sistema respiratório e ser absorvidos na circulação sanguínea”, completou ele .
Ou seja, temos duas fontes de poluição: a derivada de atividades humanas (transporte que queima gasolina); e agora uma fonte representada pelas queimadas das florestas. Para Aristóteles, o mais grave é que pela quantidade de fumaça sofremos poluição em ambientes abertos e também em ambientes fechados, pois a fumaça penetra no interior das casas.
Por causa desse poluente a mais, as pessoas que possuem doença cardiovascular prévia, podem ter seu estado agravado.
“Os efeitos agudos da poluição atmosférica são significativos, com destaque para os danos causados por óxido de enxofre e monóxido de carbono (mesmo gás que sai da descarga do automóvel). Com a inspiração desses elementos aumenta a viscosidade do sangue, que fica mais espesso, levando a entupimento das artérias e veias, além do aumento da frequência cardíaca, podendo desenvolver taquicardia”, relatou.
Doenças decorrentes da inalação
Para aqueles manauenses que não têm problemas cardiovasculares, o cardiologia Aristóteles Alencar alerta que eles podem desenvolver outras doenças com a inalação da fumaça que encobre Manaus.
“O constante contato com a fumaça pode irritar os olhos, desenvolver uma dor de cabeça, irritação de vias aéreas, fadiga, letargia (permanente sonolência), garganta inflamada, sangramento nasal e até distúrbios da memória”, disse.
O especialista explicou que na fumaça existe um material particulado, que consiste em uma mistura heterogênea de partículas sólidas e líquidas suspensas no ar, continuamente variando em tamanho e composição química no tempo e espaço. Além da fumaça que tem encoberto o céu de Manaus, há o acréscimo da emissão dos motores dos veículos, fragmentação de pneus, suspensão de poeira de asfalto, combustão do diesel para produção de energia. “Tudo isso é consumido diariamente pela população”, revelou.
“As partículas maiores ficam depositadas no sistema respiratório, porém as menores, chamadas ultrafinas, podem cair na circulação sanguínea e causar inflamação dos vasos. Essas partículas causam reflexos pulmonares, alterações do sistema nervoso autônomo, levando ao aparecimento de arritmias e problemas nas artérias coronárias, que levam sangue para o próprio músculo cardíaco, podendo causar o infarto do miocárdio” explicou.
O cardiologista aconselha a evitar exposição prolongada ao ambiente poluído, e realizar atividades físicas em ambientes externos nesse período é fundamental, pois é quando pode ocorrer inalação dessas partículas dissolvidas na fumaça.

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