(Portal Acrítica)
O cardiologista Aristóteles Alencar explica que a poluição causada pelas queimadas é um perigo para o manauense
Conforme Alencar, fumaça de queimadas tem poluentes químicos que podem chegar ao sangue e causar graves problemas
Enquanto
continuar as queimadas em áreas no entorno de Manaus, como também em
regiões rurais, a Leste e Nordeste da cidade, entre os Municípios de Rio
Preto de Eva, Itacoatiara e Parintins, a núvem de fumaça continuará a
incomodar o manauense e ocasionar sérios problemas respiratórios. Por
conta disso, cardiologistas enfatizam que a saúde pública deve ficar
atenta para os sérios problemas decorrentes dessa poluição.
Os
efeitos agudos da poluição atmosférica são significativos para
especialistas, e até destacam para os danos causados por óxido de
enxofre e monóxido de carbono (mesmo gás que sai da descarga do
automóvel). A aspiração desses componentes aumentam o número de
internações hospitalares de idosos e crianças.
Para
o doutor em cardiologia Aristóteles Alencar, o maior problema é a
exposição a fumaça principalmente em meios coletivos, como vem ocorrendo
em Manaus desde o dia primeiro deste mês.
“A
população fica exposta ao risco de adoecer, trazendo consequências
sérias e de custo elevado. Normalmente, Manaus é uma cidade poluída com o
excesso de carros nas ruas, queima de óleo diesel para produção de
energia, além da contaminação dos nossos igarapés. Há muita poluição
para o habitat”, explicou.
A
poluição é considerada pior, segundo o especialista, depois que os
grandes focos de queimadas faz a fumaça se concentra na cidade. “Essas
queimadas agravam ainda mais nossa situação.
A
fumaça que amanhece envolvendo a cidade é fruto da combustão de
biomassa, portanto temos elementos químicos e elementos físicos
espalhados na atmosfera que deveria nos fornecer oxigênio para nossa
respiração”, disse o cardiologista. “Nessa fumaça existe muito material
particulado, que dependendo do seu tamanho, podem até entrar pelo
sistema respiratório e ser absorvidos na circulação sanguínea”,
completou ele .
Ou
seja, temos duas fontes de poluição: a derivada de atividades humanas
(transporte que queima gasolina); e agora uma fonte representada pelas
queimadas das florestas. Para Aristóteles, o mais grave é que pela
quantidade de fumaça sofremos poluição em ambientes abertos e também em
ambientes fechados, pois a fumaça penetra no interior das casas.
Por causa desse poluente a mais, as pessoas que possuem doença cardiovascular prévia, podem ter seu estado agravado.
“Os
efeitos agudos da poluição atmosférica são significativos, com destaque
para os danos causados por óxido de enxofre e monóxido de carbono
(mesmo gás que sai da descarga do automóvel). Com a inspiração desses
elementos aumenta a viscosidade do sangue, que fica mais espesso,
levando a entupimento das artérias e veias, além do aumento da
frequência cardíaca, podendo desenvolver taquicardia”, relatou.
Doenças decorrentes da inalação
Para
aqueles manauenses que não têm problemas cardiovasculares, o
cardiologia Aristóteles Alencar alerta que eles podem desenvolver outras
doenças com a inalação da fumaça que encobre Manaus.
“O
constante contato com a fumaça pode irritar os olhos, desenvolver uma
dor de cabeça, irritação de vias aéreas, fadiga, letargia (permanente
sonolência), garganta inflamada, sangramento nasal e até distúrbios da
memória”, disse.
O
especialista explicou que na fumaça existe um material particulado, que
consiste em uma mistura heterogênea de partículas sólidas e líquidas
suspensas no ar, continuamente variando em tamanho e composição química
no tempo e espaço. Além da fumaça que tem encoberto o céu de Manaus, há o
acréscimo da emissão dos motores dos veículos, fragmentação de pneus,
suspensão de poeira de asfalto, combustão do diesel para produção de
energia. “Tudo isso é consumido diariamente pela população”, revelou.
“As
partículas maiores ficam depositadas no sistema respiratório, porém as
menores, chamadas ultrafinas, podem cair na circulação sanguínea e
causar inflamação dos vasos. Essas partículas causam reflexos
pulmonares, alterações do sistema nervoso autônomo, levando ao
aparecimento de arritmias e problemas nas artérias coronárias, que levam
sangue para o próprio músculo cardíaco, podendo causar o infarto do
miocárdio” explicou.
O
cardiologista aconselha a evitar exposição prolongada ao ambiente
poluído, e realizar atividades físicas em ambientes externos nesse
período é fundamental, pois é quando pode ocorrer inalação dessas
partículas dissolvidas na fumaça.
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