Articulações em torno de possíveis candidaturas - tanto ao governo do Estado quando à Prefeitura de Manaus - seguem a todo vapor
O
grupo do governador José Melo, do senador Omar Aziz (PSD-AM) e do
prefeito Artur Neto, que venceu as duas últimas eleições de 2012 e 2014,
precisa encontrar remédio para uma “dor de cabeça” iminente a se
manifestar nas eleições de 2016: o vice-governador Henrique Oliveira.
Ele está disposto a concorrer à Prefeitura de Manaus no ano que vem e
sabe que não terá apoio político nem partidário na empreitada. Melo e
Omar já declararam compromisso com reeleição de Arthur.
“Eles
têm todo o direito de apoiar o Artur (Neto) ou qualquer outro
candidato, agora, ninguém é dono dos votos: o Omar tem os votos dele, o
Melo tem os votos dele e eu tenho os meus, os voto da minha família, dos
meus amigos assim como 170 mil votos que eu tive para prefeito (em
2012) também precisam ser respeitados”, declarou ao jornal A CRÍTICA o
vice-governador do Amazonas.
Embora
esteja aparentemente sozinho na empreitada, nesse momento, Henrique
Oliveira disse que está muito animado com a possibilidade de concorrer à
Prefeitura de Manaus e se sente lisonjeado ao ser lembrado tanto pela
imprensa quanto pelos institutos de pesquisas do Estado.
Segundo
ele, as sondagens pré-eleitorais recentes sempre o mostram entre os
três primeiros colocados na disputa e garante que se for para o segundo
turno, com qualquer um dos candidatos, será o próximo prefeito de
Manaus. “Sou maior de 18 anos, estou quite com as minhas obrigações
militares, eleitorais e meu domicílio eleitoral é em Manaus, portanto,
sou um cidadão e eleitor apto a concorrer a qualquer cargo que desejar.
Fiquei em terceiro colocado nas últimas eleições para Prefeitura de
Manaus em 2012; apoiei o Artur no segundo turno e honrei meus
compromissos políticos com ele. Agora, quem tem uma cidade com o
desconforto que a gente vê, com tantas demandas reprimidas, com demandas
sociais, econômicas e de infraestrutura é impossível que se contente e
diga não à participação do processo para melhorar minha cidade”,
enfatizou.
Vice-prefeito
Umas
das possibilidades para o imbróglio no grupo político que governa o
Estado e a capital Manaus é Henrique Oliveira ser o candidato a
vice-prefeito de Artur Neto, que procura um nome para compor a chapa. A
oferta, no entanto, é rechaçada pelo vice-governador.
“Só
existe uma possibilidade nesse contexto: eu não ser candidato a vice
porque para frente é que se anda. Eu não vou deixar de ser
vice-governador de um candidato que não tem direito à reeleição. Seria
uma burrice da minha parte. E a outra questão é que o prefeito (Artur
Neto) já demonstrou que não trata bem seus vice-prefeitos. Todos lembram
que o Hissa (ex-vice-prefeito e atual deputado federal) foi demitido
pelo Artur publicamente em um programa de rádio local”.
Marcos Rotta quer a Prefeitura
Um
dos nomes que despontam no grupo do senador e atual Ministro de Minas e
Energia, Eduardo Braga, para concorrer à Prefeitura de Manaus, em 2016,
é o do deputado federal Marcos Rotta (PMDB-AM). A preferência pelo nome
dele decorre da possibilidade de que a ex-deputada federal, Rebecca
Garcia (PP), venha a assumir a Superintendência da Zona Franca de Manaus
(Suframa). Caso essa nomeação não saia, ela deverá ser a cabeça de
chapa. Mas Rotta está animado. “Sim, estou pensando em contribuir nesse
processo, principalmente porque o PMDB quer ter candidato próprio à
Presidência da República em 2018. Para isso, precisa se fortalecer com
muitas candidaturas nas prefeituras de todo o País. Eu estou disposto a
contribuir com o meu partido”, declarou o parlamentar. Rotta lembra que
Manaus é a grande responsável pelos mandatos que obteve como deputado
estadual por três vezes, embora tenha tido votos no interior do
Amazonas, assim como na eleição para deputado federal. “Devo muito à
cidade de Manaus que escolhi e ela me escolheu, por isso quero
retribuir”.
Personagem: Ex-deputado federal, Marcelo Ramos, pré-candidato pelo PR
O
ex-vereador de Manaus e ex-deputado estadual Marcelo Ramos, que acaba
de se filiar ao Partido da República (PR) é um dos pré-candidatos a
prefeito de Manaus em 2016. Terceiro lugar na disputa pelo Governo, com
179.758 votos, ele aposta no capital político adquirido no último pleito
e no tempo de rádio e TV do PR para alavancar sua candidatura e forçar
um segundo turno com o prefeito Artur Neto. Analistas políticos avaliam
que Marcelo Ramos tinha maiores chances, até mesmo de vencer a eleição,
se tivesse esperado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovar o
registro da Rede Sustentabilidade. Agora, a Rede-AM aposta no deputado
estadual Luís Castro para disputar a Prefeitura e uma ala do PT articula
o nome do deputado estadual José Ricardo para entrar na briga.
Pontos
Cenários pré-eleitorais na corrida para o governo em 2018
Arthur
Neto, reeleito para mais um mandato à frente da Prefeitura de Manaus,
deverá deixar o cargo dois anos depois, em 2018, e se candidatar a uma
das duas vagas para o Senado Federal. Além disso, ele quer indicar o
filho, o deputado federal Arthur Bisneto, como vice-governador na chapa
do senador Omar Aziz; O prefeito de Manaus também tem seu plano B para
para as eleições de 2018. Caso resolva não concorrer ao Senado, uma das
saídas é indicar o filho Arthur Bisneto para uma das vagas;
A
permanência de José Melo à frente do governo do Amazonas até o final do
mandato terá um preço. E preço alto: na cadeira, o governador vai
querer indicar o vice na chapa de Omar Aziz e um dos nomes para
concorrer ao Senado.
Em
caso de José Melo decidir concorrer ao Senado, deixando a “caneta
estadual” para o vice-governador Henrique Oliveira, o desejo do senador
Omar Aziz de retornar ao posto de governante-mor do Estado poderá ser
dificultado.
No
comando do governo, Henrique Oliveira dirá que é o candidato natural à
reeleição, como fez Omar Aziz com Eduardo Braga em 2010.
O
senador Omar Aziz ainda precisa resolver um problema dentro de seu
próprio partido, o PSD. Os deputados federais Átila Lins e Silas Câmara,
ambos do PSD, têm interesse em disputar uma das vagas ao Senado.
O
desejo dos dois deputados federais fica prejudicado porque Omar Aziz,
candidato ao Governo do Amazonas, não tem condições políticas de indicar
um nome de seu próprio partido para o Senado. Pauderney Avelino, do
DEM, é o preferido hoje. Silas e Átila poderão deixar o PSD futuramente
por conta, também, desse cenário;
O
senador Eduardo Braga, hoje ministro de Minas e Energia, é o principal
concorrente para enfrentar Omar Aziz nas eleições de 2018 para o governo
do Amazonas. Na chapa para o Senado, estariam na lista a senadora
Vanessa Grazziotin (PCdoB) e o deputado Alfredo Nascimento (PR).
Eduardo
Braga prefere mesmo é tirar o mandato do governador José Melo, na
Justiça, para facilitar a vida. Com Melo no Governo e Arthur Neto na
Prefeitura de Manaus, as chances dele, diante do senador Omar Aziz,
reduzem significativamente.
José Melo
O
governador José Melo tem dito que ficará no cargo até 31 de dezembro de
2018 e não concorrerá ao Senado. Apoiará o senador Omar Aziz (PSD-AM)
para governador. Nesse cenário, Henrique Oliveira não terá apoio para
concorrer ao Executivo e chance quase zero de estar na chapa de vice de
Omar Aziz. A saída dele será retornar à Câmara dos Deputados ou receber o
apoio de Melo para o Senado.
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