(Portal Acrítica)
Não bastassem as interrupções no fornecimento da energia elétrica, manauaras contabilizam eletroeletrônicos queimados e comidas estragadas com as oscilações na rede
Vivaldeano Vieira afirma que só neste ano foram registradas de 20
reclamações na Aneel e Eletrobras. Por ser comerciante, ele teve que
comprar um gerador à diesel para conservar os alimentos
Depois
de um fim de semana inteiro com problemas no fornecimento de energia
elétrica, que também prejudicou o abastecimento de água na cidade,
muitos consumidores amanheceram, ontem (26), reclamando da oscilação do
fornecimento. Moradores que ficaram mais de 24 horas sem o serviço,
agora relatam que as quedas de energia estão causando prejuízo e
transtorno aos usuários.
Na página da
concessionária Eletrobrás Amazonas Energia, no Facebook, as reclamações
são publicadas de todas as Zonas da cidade. Morador do bairro Planalto,
Zona Centro-Sul, Guilherme Almeida passou o domingo inteiro reclamando
da falta de energia. “Só estou esperando queimar algo aqui para ver o
que pode ser feito legalmente. Serviço horrível prestado à população,
sem o mínimo de respeito”, desabafou.
Ontem,
Guilherme informou à equipe de A CRÍTICA que apesar de a energia ter
sido restabelecida, o fornecimento ainda estava com falhas. “Está dando
vários picos de energia. Estamos com geladeira, fogão, micro-ondas, tudo
desligado para não queimar”, acrescentou.
Laumar
Lopez, moradora do bairro Nova Cidade, na Zona Norte, ficou mais de 12
horas sem energia no último sábado. “Um absurdo o que pagamos de consumo
mal especificado para conviver com essa falta de respeito”, reclama.
Segundo ela, ontem as oscilações continuaram.
Prejuízo e descaso
O
comerciante Vivaldeano Vieira Casas, 56, convive há mais de 20 anos com
as constantes interrupções de energia no bairro Tarumã, Zona Oeste.
“Essa dor de cabeça já dura muitos anos. É um absurdo, a energia oscila
demais”, comentou, depois de fazer outra reclamação para a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Só
este ano, o comerciante registrou 20 reclamações na Aneel e na
concessionária Eletrobrás Amazonas Energia. “Estou sendo enganado, pois
pago 220w de energia e não é isso que entra na minha casa. Além disso,
quando solicitamos visita de técnicos eles pedem um prazo de 30 dias e
muitas vezes não comparecem na data marcada”, reclama.
Por
ser comerciante e depender da energia elétrica para conservar alimentos
nas freezers, Vivaldeano optou por comprar um gerador movido à diesel.
Mas os custos com o combustível e manutenção do aparelho são altos. “Às
vezes o gerador não dá conta. Não aguentamos mais tantos prejuízos”,
desabafa.
No mês passado, o mesmo
problema se repetiu em todas as zonas da cidade, sendo que, no Tarumã,
os moradores contabilizaram 17 quedas de energia em menos de oito horas.
Na semana passada, foram 15 interrupções no mesmo período.
Moradora
do mesmo bairro, a empresária Monica Melchior, 54, também amarga
prejuízos por conta da instabilidade do serviço. “Já caiu a energia nove
vezes, eu não tenho ‘gato’, eles tem que arrumar isso”. Ela conta que
os aparelhos eletrodomésticos só não queimaram porque ela possui, na
rede elétrica da casa, um sistema de proteção de fases.
A
alternativa foi tomada para evitar prejuízos com aparelhos queimados,
mas o custo da opção é alto. “Só um relé de fase com temporizador custa
em média 400 reais”, finalizou.
Relatos em todas as Zonas da cidade
De
acordo com nota enviada pela Eletrobrás Amazonas Energia no último
domingo, houve algumas intercorrências no sistema provocadas pelos
fortes temporais na madrugada do sábado e na manhã de domingo, o que
teria causado interrupção do fornecimento de energia para alguns bairros
da cidade.
No entanto, há clientes
reclamando da falta total de energia desde a última sexta-feira, sendo
que o pico das reclamações aconteceu no sábado e domingo, com problemas
registrados nos bairros de Flores, Planalto, Parque 10, todos na Zona
Centro-Sul; Bairro da Paz, Redenção e Alvorada, na Zona Oeste; Raiz, na
Zona Sul; Nova Cidade e Parque das Nações, na Zona Norte, e Zumbi, na
zona Leste.
Ontem, a concessionária
informou que a ocorrência mais grave aconteceu no domingo devido a
explosão de um disjuntor de 13.800 volts, na Subestação Redenção,
localizada no bairro de mesmo nome.
O
fornecimento de energia elétrica nos locais citados, segundo a empresa,
foi normalizado gradativamente e na manhã de ontem, “99% da região
metropolitana estava com o fornecimento normalizado”.
Ainda
segundo a empresa, “todas as equipes de manutenção da Eletrobras
Distribuição Amazonas estiveram em campo para restabelecer o
fornecimento de energia elétrica”.
Até agostos, 27 horas sem energia
Dados
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que até agosto
deste ano os consumidores da Eletrobrás Amazonas Energia ficaram 27
horas sem o serviço. No ano passado, a Duração Equivalente de
Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) apurado foi de 55 horas. O
limite estipulado é de 52 horas.
Os
meses de setembro e outubro ainda estão sendo analisados. Se descumprir
os limites, a empresa é obrigada a compensar os consumidores com
descontos na fatura. Até agosto de 2015, a empresa pagou R$ 2,1 milhões
em compensações.
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