O
fumacê denso e o forte cheiro de queimado já começam a causar
transtornos para a população da capital amazonense: voos foram
suspensos, escolas estão fechando e problemas respiratórios se agravam
Manaus
amanheceu encoberta por uma densa fumaça nesta quinta-feira (1), com
forte cheiro de queimado e que já vem causando transtornos, como
complicando problemas respiratórios e ocasionando o fechamento de
creches e até temporariamente do Aeroclube de Manaus. Os primeiros
registros começaram às 5h.
Apesar
da principal suspeita ser as frequentes queimadas que atingem
diariamente a capital e municípios do interior, ainda não há um motivo
oficial. Aparentemente, todas as regiões estão sendo afetadas,
principalmentes as Zonas Sul, Centro-Sul e Oeste, inclusive o Centro da
cidade.
Foto: Euzivaldo Queiroz
Apesar
da pouca visibilidade, o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes continua
operando normalmente, por meio de instrumentos. Nenhum voo foi
cancelado até o momento por causa das condições metereológicas. No
Aeroclube, porém, todas as decolagens seguem suspensas: o mínimo de
visibilidade com qual se pode voar é de 5 km, enquanto o máximo
alcançado até agora é de 1 km.
A
creche do tradicional Colégio Militar da PM, localizado no bairro
Petrópolis, já cancelou as aulas da manhã nesta quinta-feira. Há
registros de crianças que passaram mal por causa da fumaça, em diversos
locais. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) ainda não confirmou o
cancelamento oficial.
De
acordo com o tenente Janderson, do Corpo de Bombeiros do Amazonas,
"Manaus toda está assim". "Acredito que deve ter áreas distante de
vegetação que devem estar queimando. Essa fumaça deve ser fruto do
deslocamento de massas de ar oriundas de outra área aqui do Amazonas",
explicou.
O número de queimadas urbanas no mês de setembro em Manaus já supera a soma do que foi registrado em todo o resto do ano, de janeiro a agosto, conforme divulgou nesta terça-feira (29) o Corpo de Bombeiros do Amazonas.
A
partir de 1º de setembro até esta terça ocorreram 216 incêndios em área
de vegetação urbana, 75,6% a mais que todo o resto do ano, de janeiro a
agosto, quando ocorreram 123 incêndios. Depois de setembro, agosto é o
segundo mês com mais queimadas: 94 queimadas. Julho teve 15 queimadas
urbanas.
Por
região de Manaus, a zona que mais registrou incêndio de vegetação foi a
Zona Norte, com 58 queimadas. Depois vem a Zona Leste, com 42
queimadas, a Zona Oeste (39), a Zona Centro-Oeste (27), a Zona Sul (26),
a Zona Centro-Oeste (13) e, por último, a Zona Rural (11).
Outro
dado interessante é a comparação do número de queimadas ocorridas no
mesmo período do ano passado. Em setembro de 2014 foram registrados 148
incêndios de vegetação, ou seja, em 2015 houve aumento de 45,9% em
relação a 2014.
Além disso, o Corpo
de Bombeiros vem combatendo vários incêndios em vegetação urbana e em
área florestal há mais de uma semana em alguns municípios do Estado. A
alta temperatura e a baixa umidade no período de verão e também a
própria população causam as queimadas. São eles Caapiranga, Coari,
Careiro Castanho, Novo Airão (no Parque Nacional do Jaú) e Anamã.
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