(portal Acrítica)
Doze de um total de 24 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do AM propõem a redução de 40% para 20% da margem de remanejamento de verbas
Em sua primeira aparição pública, no Amazonas, após a derrota na
eleição de outubro, senador Eduardo Braga anunciou a formação de um
bloco de oposição ao governo
Metade
dos membros da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) querem reduzir
o poder do governador José Melo (Pros) de remanejar recursos do
orçamento do Estado de 40% para 20%. Doze dos 24 deputados, até esta
quarta-feira (26), já haviam assinado a emenda que modifica o projeto de
lei orçamentária para 2015. O documento será apresentado hoje à Mesa
Diretora da Casa.
O
projeto carrega a assinatura do ‘blocão’ de oposição ao Governo do
Estado, composto por nove deputados que, durante a eleição deste ano,
estiveram aliados ao senador Eduardo Braga (PMDB), e ainda dos deputados
Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN) e José Ricardo (PT).
Os
parlamentares que compõem o ‘blocão’ e que assinaram a proposta são:
Vicente Lopes, Belarmino Lins, Marcos Rotta e Wanderley Dallas do PMDB,
Vera Castelo Branco (PTB), Sinésio Campos (PT), Francisco Souza (PSC),
Adjuto Afonso (PP) e Conceição Sampaio (PP).
A
justificativa ao projeto de lei tem por finalidade “alcançar maior
controle da execução orçamentária, e consequentemente oferecer ao Poder
Legislativo do Estado a oportunidade do conhecimento prévio das
suplementações orçamentárias, que por ventura venham a ser necessárias
para uma melhor adequação das finanças públicas do Estado”.
Na
Lei Orçamentária (LOA) deste ano – 2014 – a ALE-AM permitiu que o
governo remanejasse até 40% do orçamento sem passar por votação na Casa.
No projeto de lei para o orçamento do próximo ano, com base na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO), já aprovada pela ALE-AM, também é fixado
40% para a abertura de créditos suplementares. Isso significa que até
R$ 6,2 bilhões do orçamento poderão ter a destino modificado.
No
projeto da LOA de 2015, em tramitação na Casa Legislativa desde o dia
29 de outubro, o percentual foi mantido. Agora com a articulação do
‘blocão’ somado a atual bancada de oposição da Assembleia Legislativa,
Melo tem que enfrentar seu primeiro desafio pós-eleição.
Membro
do PMDB, uma das maiores bancadas da ALE-AM, empatada com o PSD, o
deputado Vicente Lopes defendeu que este é o “momento oportuno” para a
apresentação da emenda. “Toda a aplicação de recurso prevista no
orçamento tem que ter a autorização da Assembleia, então existe um
sentimento de que 40% de remanejamento era um valor exagerado, por isso a
maioria dos deputados decidiu propor esta emenda modificativa, uma vez
que está iniciando um novo governo e que estamos trabalhando o orçamento
do ano de 2015, que é o momento oportuno para se reduzir o
remanejamento, não em sua totalidade, mas em parte, e deixando uma
margem para que o Governo possa trabalhar”, disse.
‘Com 40% de modificação o orçamento vira ficção’, diz deputado Marcelo Ramos
O
deputado Marcelo Ramos (PSB) afirmou que sempre foi defensor da
diminuição do valor do remanejamento no orçamento do Estado. “O
remanejamento de 40% é exagerado porque ele acaba virando quase 100%,
pois 25% do orçamento é gasto obrigatoriamente com educação, 12% para a
saúde. Aí você tem uma folha de pagamento que dá por volta de 40%, ou
seja, remanejamento de 40% é poder remanejar tudo que não é verba
vinculada. Com 40% de remanejamento, o orçamento vira uma peça de
ficção”, disse.
Para o parlamentar, o
‘blocão’ de oposição ao Governo do Estado “é uma insinuação que daqui a
pouco se acaba”. “Essa turma não consegue viver sem governo. Quem
consegue viver sem o governo é quem mostrou em quase quatro anos que
consegue manter a independência e a firmeza necessária para exercer um
mandato parlamentar. O resto passou três anos e meio no colo do governo,
e de repente acordou e se descobriu oposição”, disse o deputado.
Marcelo
Ramos desafiou ainda os colegas que assinaram o projeto de lei a pedir
destaque à votação da emenda e votar individualmente. “Eu quero é ver.
Eles vão apresentar essa emenda. A emenda vai ser derrubada na Comissão
de Justiça e eles vão ficar caladinhos. Aí veremos se eles estão falando
a verdade ou se estão brincando. Caso contrário terá sido apenas uma
tentativa de constranger o governo por objetivos menores”.
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