(portal Acrítica)
Proposta de emenda que mantém a autonomia da Secti foi assinada por seis parlamentares. Projeto da reforma será apreciado nesta quinta-feira (5)
Audiência pública, na ALE-AM, discutiu a extinção de pastas na reforma administrativa do Governo do Estado
Os
deputados José Ricardo (PT) e Luiz Castro (PPS) vão buscar adesão de
mais parlamentares à emenda ao projeto de reforma administrativa do
Governo do Estado, que pretende manter a pasta de Ciência, Tecnologia e
Inovação (Secti) com o status de secretaria e a Agência de
Desenvolvimento Sustentável (ADS) vinculada à pasta de Meio Ambiente.
O
projeto da reforma será apreciado nesta quinta-feira (5) na Assembleia
Legislativa do Estado (ALE-AM). Além de Ricardo e Castro, a proposta já
recebeu a assinatura dos deputados Alessandra Campêlo (PCdoB), Sinésio
Campos (PT), Vicente Lopes (PMDB) e Wanderley Dallas (PMDB).
Na
terça-feira (3), os deputados discutiram a extinção das pastas em
audiência pública na ALE-AM, com a participação de mais de 300 pessoas.
No projeto da reforma que será votada pela Assembleia amanhã, as
atividades da Secti serão incorporadas à Secretaria de Planejamento
(Seplan). Enquanto a ADS será vinculada à Secretaria de Produção Rural
(Sepror).
Estas
mudanças incomodaram a comunidade científica que durante a audiência
lotou, além do plenário da Casa Legislativa, com capacidade para 100
pessoas, a galeria da parlamento, que tem capacidade para 220 pessoas.
Estudantes
da área de ciência, tecnologia e inovação, reitores e a ex-titular da
Secti, Ana Alcídia - que pediu exoneração do cargo na segunda-feira -,
condenaram, durante o encontro, a decisão de José Melo de extinguir a
pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Para
Luiz Castro, a extinção da Secretaria de Ciência e Tecnologia é um
“tiro no pé”. “Isso causa um grande desgaste político ao governador.
Está faltando bom senso e visão estratégica, mas temos esperança de que o
governador revise a sua posição, daí a apresentação da emenda
conjunta”, afirmou o parlamentar que afirma que o governo vive um
momento de “miopia política”.
O
deputado José Ricardo disse todos os presentes na audiência colocaram
claramente a importância da Secti dentro do sistema de ciência e
tecnologia no estado, além da preocupação da interlocução do Estado
através de uma secretaria (Seplan) que não tem esse foco principal. “É
unanimidade: Essas mudanças, tanto na Secti quanto na ADS são um
equívoco, um retrocesso para os estudantes e pesquisadores da área”,
disse.
Odenildo e Cleinaldo divergem
O
reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cleinaldo de
Almeida Costa, e o ex-titular da Secti, Odenildo Sena, divergem quando o
tema é a manutenção da pasta.
“O
governador esta criando uma super estrutura em que pretende dar um
destaque maior a ciência e tecnologia e afirmou categoricamente que a
UEA e Fapeam continuarão apoiados e com o mesmo status”, disse o reitor
da UEA.
Sena
retrucou afirmando que o reitor da UEA “está redondamente enganado”.
“Ele não conhece a estrutura da Secti e ele pouquíssimo conhece a
estrutura da Fapeam. Eu fui secretário de Ciência e Tecnologia e fui
presidente da Fapeam e sei muito bem o que é isso”, comentou Odenildo.
Governo recua após pressão
Após
reunião de mais de três horas com os deputados, na ALE-AM, ontem, o
secretário de governo, Evandro Melo, um dos responsáveis pela formatação
da reforma administrativa, recuou da decisão de retirar a gestão das
políticas da juventude da Sejel. “Vamos manter como era antes, ou seja,
com a inclusão do termo “Juventude”.
A
Casa colocou suas ponderações, nós colocamos as nossas, e entramos num
consenso”, disse Evandro. A deputada Alessandra Campêlo avaliou a
decisão como uma “vitória”. “A Sejel que antes perderia a atribuição de
políticas públicas para a juventude não será mais mexida. Inclusive a
proposta de emenda virá do próprio governo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário