(portal Acrítica)
Coordenador
do Apoio Técnico da União Europeia, Jaime Del Castilho, atenta para
necessidade do AM se ‘libertar’ do Polo Industrial. Segmento da
piscicultura, segundo ele, seria uma alternativa para abrir canais de
exportação
Aumentar
a riqueza produzida no Amazonas, a partir daquilo que nela mesmo há
como insumo natural é possível, aproveitando, por exemplo, todo o
potencial das áreas de fronteiras com países sul-americanos. Efeito
imediato disso seria a “libertação”, em parte, do Estado do processo
produtivo centrado no Polo Industrial de Manaus (PIM).
O
assunto foi discutido durante a semana no Seminário Internacional de
Inovação Brasil-Peru-União Europeia, o qual trouxe a Manaus Jaime Del
Castilho, consultor de Apoio Técnico da União Europeia (UE). ACRITICA
conversou com ele, na tentativa de entender melhor os caminhos que podem
viabilizar essa empresa, observando as ações que efetivamente precisa
ser tomadas.
Para
o consultor, um grande desejo de produtores rurais do Amazonas é
formatar uma cadeia produtiva completa para transformar matérias primas
locais como frutas, sementes e peixes em produtos beneficiados como
enlatados e congelados com potencial para atender o mercado interno e
aproveitar o excedente para a exportação.
A
iniciativa geraria emprego e renda, sobretudo à população que vive na
região de fronteira, em municípios como Tabatinga, Benjamin Constant e
Nova Olinda do Norte.
De
acordo com Castillo, a UE avaliou, por meio de reuniões realizadas
desde o início deste ano, alternativas, tanto para abrir canais de
exportação, quanto para iniciar uma cadeia de beneficiamento de
alimentos. O segmento escolhido: a piscicultura. O país de fronteira
para possibilitar a expansão: o Peru.
UE avalia alternativa e tem interesse em investir nas áreas de fronteiras do Brasil (Foto: Bruno Kelly)
“Dentre
todos os setores produtivos estudados, elegemos a aquicultura e a pesca
por ser um setor de interesse dos dois países. O estado tem potencial
para a venda, o Peru para a compra e não há tantos impeditivos
burocráticos quanto em outras atividades como a agricultura”, detalhou.
Gargalos
Entretanto
para tirar a ideia do papel, alguns gargalos precisam ser superados.
Para Castillo, entre outras deficiências estão a distância das
fronteiras dos mercados tanto de Manaus quanto de Lima, no Peru, falhas
no fornecimento de energia para manter em funcionamento as câmaras
frigoríficas necessárias ao transporte, a falta da cadeia de exportação e
falta de divulgação do pescado local.
“Os
peixes da região são maravilhosos, mas se eles chegarem no Peru ou na
Europa e não forem conhecidos, ninguém vai comprar”, enfatizou.
Ainda
segundo o consultor, o principal caminho para superar esses obstáculos é
justamente a cooperação com os países vizinhos. “A inovação dos
processos pode ser obtida entre os países latinos e na própria Europa e
as boas experiências levadas para serem aplicadas na fronteira”,
reforçou.
Para
ele, o elemento principal da cooperação é empresarial. “Eles podem
criar organizações, comitês, redes entre os empresários dos dois lados.
Vamos criar as bases do projeto, mas o futuro depende da vontade dos
dois lados”.
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