(portal Acrítica)
No
total, 3.303 profissionais serão habilitados para atuar na área, sendo
1.679 permissões entregues agora e mais 1.624 até o final do ano. Grande
número de mototaxistas não conseguiu se regularizar e ficará impedido
de trabalhar
A
Prefeitura de Manaus realiza nesta segunda-feira (28) a entrega de
1.679 contratos de permissão do serviço de transporte por mototáxi em
meio à insatisfação de um número muito maior de membros da categoria que
não conseguiu se regularizar nesta primeira seleção.
Em
cerca de 15 anos, a quantidade de mototaxistas em Manaus multiplicou
sem qualquer regra para guiar ou conter a categoria, diante da quase
total falta de fiscalização do poder público, do desemprego que abrigou
esses profissionais na informalidade e pelo péssimo serviço de
transporte oferecido nas duas zonas mais populosas da cidade.
Restam
ainda 1.624 permissões em aberto com previsão de serem regularizadas
até o final do ano, segundo a Central Única de Mototaxistas. No total,
3.303 profissionais serão habilitados para atuarem na área.
Nem
Central e nem SMTU indicaram ao certo o número de mototaxistas que não
terão permissão para continuar circulando. A reportagem tentou contato
durante o sábado e o domingo com o diretor-presidente do SMTU, Pedro
Carvalho, e sua assessoria de comunicação, por meio dos telefones
88XX-XX05, 81XX-XX28 e 88XX-XX89, mas as chamadas não foram atendidas.
A
maior dificuldade da parcela da categoria que ficou de fora desta fase
da seleção é a falta de documentação necessária ou condições para
acessá-las. Para receber a permissão de oferecer o serviço de mototáxi
em Manaus, antes sem qualquer regra, agora é necessário um veículo
padronizado em boas condições e pagamento de impostos, entre outros
itens.
A
reportagem ouviu de mototaxistas da Zona Norte que a alguns
profissionais faltava até mesmo a documentação básica para circular com
moto na cidade: a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Dificuldades
Mototaxista
há 10 anos, Denis Paulo de Lima, 28, sustenta a mulher dele e três
filhos com uma jornada de 12 horas diária em cima de uma motocicleta,
que circula no bairro da Cidade Nova. Denis disse que, quando o “mês é
bom”, chega a faturar R$ 900. Sem dinheiro para adquirir motocicleta
dentro do padrão, ficou de fora da seleção e não está animado a
participar da próxima etapa. “É muita exigência e gasto e eu não tenho
dinheiro. Vou arrumar outro serviço, limpar quintal, essas coisas”,
declarou.
Outro
desanimado com as perspectivas pessoais dentro da profissão é Stanley
Barbosa, 25, que trabalha há sete anos como mototaxista também na Zona
Norte. Ele avalia que não vale à pena continuar insistindo na
ilegalidade depois que o processo de regulamentação for concluído com
3.303 mototaxistas. “A multa é muito alta. Não dá para arriscar perder o
único bem que a gente tem, que é a moto. Nem quem mata no trânsito paga
uma multa tão alta quanto o mototaxista que circular irregular”,
disse.
O
mototaxista Janderson Moraes Brasil, 30, que se inscreveu na primeira
seleção, não foi escolhido e trabalha há 9 anos no serviço, também já
procura alternativas para sustentar a família. Para ele, o processo
seletivo não foi justo. Disse que profissionais que atuam há mais tempo
ficaram de fora e outros que entraram há poucos anos conseguiram a
permissão. “Vou ver se consigo uma vaga de motoboy ou ajudante de
pedreiro”, declarou.
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