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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Imagens inéditas mostram queda de avião e reforçam tese de falha humana



(portal D24am)

A avaliação tem como base as últimas informações da Aeronáutica de que o voo estava normal, da decolagem até o momento do ponto crítico
quarta-feira 20 de agosto de 2014 - 9:56 AM
Com informações de agências / portal@d24am.com
As imagens foram encontradas em gravações de 16 câmeras, registradas no dia da queda. Foto: Reprodução
São Paulo - A gravação de uma câmera de segurança de um prédio em construção em Santos, no litoral sul paulista, registrou o momento da queda do avião onde estavam o candidato à Presidência Eduardo Campos, quatro assessores e dois tripulantes. O acidente aconteceu na quarta-feira (13) e todos os ocupantes morreram. Ao contrário do que disseram as testemunhas, a imagem não mostra fogo ou fumaça no avião.
As imagens foram obtidas pela TV Tribuna, afiliada da TV Globo no litoral. Elas foram encontradas em gravações de 16 câmeras, registradas no dia da queda.
Um corretor de imóveis analisou as imagens e localizou os últimos segundos do voo. É possível ver que o avião passou bem perto de dois prédios residenciais, instantes antes de cair. As gravações vão ser usadas nas investigações do acidente.
Militares que acompanham as investigações das causas do acidente com o avião Cessna acreditam que é forte a possibilidade de ter sido falha humana, depois do procedimento de arremetida.
O entendimento é que o piloto, ao desistir do pouso, pode ter tentado se manter em condições visuais com a pista e fez uma curva mais acentuada do que deveria.
Segundo militares, a manobra pode ter levado o avião a perder sustentação, e, mesmo com as turbinas ao máximo, não haveria como o piloto controlar a aeronave.
Durante o procedimento, o piloto pode ter perdido sua total concentração na arremetida por instrumentos, desviando sua atenção para fora da aeronave. Com isso, pode ter sido levado à uma situação de ‘desorientação espacial’, o que explicaria a curva fora do previsto e a consequente perda de sustentação, resultando na forte colisão com o solo.
A avaliação tem como base as últimas informações da Aeronáutica de que o voo estava normal, da decolagem até o momento do ponto crítico, em que o piloto deveria visualizar a pista e realizar a aterrissagem.
Conforme a Força Aérea Brasileira (FAB), o piloto falou ao sistema de rádio da base área de Santos que estava arremetendo por causa da visibilidade ruim e que iria aguardar a melhora do tempo para pousar.
A FAB já refez a trajetória do avião e tem condições de projetar o grau de angulação da curva realizada pelo piloto, pelo local da queda, considerando que a aeronave já estava sobre a pista quando o piloto decidiu abortar o pouso. Além disso, a rota do avião é captada pelos radares.
Piloto relatou cansaço
Cinco dias antes da tragédia com o jato, um dos pilotos que morreu, Marcos Martins, disse, no Facebook, que não estava tendo tempo para descansar, devido às viagens que vinha fazendo acompanhando as campanhas eleitorais.
"Cansadaço, voar voar e voar . E amanhã tem mais. Recife", postou no dia 8 de agosto, pelo Facebook.
Em outra postagem, ele conta: "Cada lugar. Parece que ainda estou na África. Fim de mundo isto é Nordeste..", referindo-se ao Centro de Arapiraca.
Na rede social, ele postou um vídeo de um passeio pela Praia de Copacabana, onde filmou um drone. Em sua página, Martins comentou: "assim fica fácil", referindo-se à simplicidade com que eram feitas as manobras com o aeromodelo por meio de controle remoto. Cinco amigos curtiram a postagem.
O piloto se formou pela Universidade Paulista (UNIP) e fazia parte de um grupo de pilotos experientes. O outro piloto que morreu foi Geraldo Cunha, ele dividia com Martins o comando da aeronave.
A aeronave (aparelho Cessna, prefixo PRAFA) pertencia à empresa AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. Com apenas 350 horas de voo, estava com a manutenção em dia. A proprietária do avião, em dificuldades financeiras, colocou o avião à venda no começo do ano, sendo adquirido, possivelmente por leasing, pela campanha de Eduardo Campos há três meses, quando passou a voar única e exclusivamente para o candidato do PSB a presidente.

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