(portal Acrítica)
Queda
do avião que levava o candidato sobre uma área residencial de Santos,
cidade do litoral paulista, lança um hiato sobre as pretensões do
partido em todo o Brasil; no AM, o candidato ao Senado Marcelo Serafim,
extremamente emocionado, mal conseguiu se pronunciar
A morte
do candidato à presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, nesta
quarta-feira (13), provocou muita comoção no diretório amazonense da
sigla. No estado, o partido tem como lideranças, entre outros, o
candidato a governador Marcelo Ramos, o atual vereador e candidato ao
Senado Marcelo Serafim e o pai dele, o ex-prefeito de Manaus Serafim
Corrêa.
O Portal A CRÍTICA entrou em contato com as lideranças para saber como a notícia afeta as ações do partido no Amazonas.
O único que atendeu as ligações foi Marcelo Serafim, que, extremamente
emocionado, não foi capaz de falar,declarando apenas que a morte de
Campos é uma “perda irreparável para o PSB”. "Ainda não sabemos o que fazer, pois estamos todos em choque”.
O
deputado Marcelo Ramos, candidato ao governo estadual pelo PSB, foi
informado da morte do presidenciávelno momento em que se apresentava num
encontro com produtores rurais, realizado nesta manhã no auditório do
Centro Universitário Luterano de Manaus (Ulbra).
O
parlamentar, visivelmente abalado, pediu permissão para fazer uma
oração por Eduardo Campose as de mais vítimas. Após o evento, Ramos, em
entrevista a A CRÍTICA, disse que a perda não é apenas do PSB, mas do
país.
De
acordo com o candidato, ainda não há informações de quem substituirá
Campos na disputa presidencial. “Não sabemos ainda que decisão tomar
daqui para frente. Isso depende de uma série de coisas, o momento é de
dor para o Partido Socialista Brasileiro e para o povo brasileiro.
Perdemos a democracia. E eu espero que tenhamos força para seguir em
frente, pois tenho certeza que era isso que ele esperava de nós: força”,
finalizou.
Marcelo
Ramos destacou ainda: “A morte do Eduardo representa uma perda muito
grande para a democracia, nós todos estamos consternados. Agora as
idéias que o Eduardo Campos representava não morrerão nunca. As idéias
de homens que tem compromisso com o Brasil, não morrem jamais. Nós
iremos manter acesa essa chama”, disse emocionado.
Marcelo Ramos recebeu a notícia da morte em encontro

(Foto: Luiz Vasconcelos)
A
morte de Eduardo Campos foi registrada às 10h da manhã de desta
quarta-feira (13), quando um pequeno avião ocupado por ele e assessores,
num total de seis pessoas (veja os nomes ao fim da matéria), perdeu o
controle e caiu sobre uma área residencial em Santos, cidade do litoral
paulista. Ele tinha 49 anos, completados no último domingo (10).
Moradores de áreas próximas também se feriram no acidente e foram
levados para hospitais próximos. Os corpos dos ocupantes do avião não
puderam ser reconhecidos, pois estavam totalmente carbonizados.
Campos
foi governador de Pernambuco e disputava a eleição presidencial deste
ano, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Seu avô, Miguel Arraes
(1916-2005), que também foi governador do estado e uma voz de destaque
na oposição à ditadura, também morreu num dia 13 de agosto.
Marina Silva é o nome mais cotado para assumir a candidatura de Campos. O partido tem 10 dias para indicar um substituto.
Prefeito de Manaus decreta luto oficial de dez dias
O
prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, decretou luto oficial de sete
dias em função da morte de Eduardo Campos (PSB). O prefeito foi
informado do acidente quando visitava obras na capital amazonense e
ficou bastante comovido com a notícia, ainda antes da confirmação da
morte. “O Eduardo é um amigo muito querido, meu colega de parlamento.
Vou interromper tudo aqui e vou onde quer que ele esteja”, reagiu.
O
prefeito ainda tinha esperanças de que as notícias pudessem ser
positivas, mas logo em seguida obteve a confirmação da morte,
determinando, de imediato, o decreto de luto oficial. “Eduardo Campos e
eu sempre mantivemos uma forte corrente, um nunca deixou de estar do
lado do outro nos momentos mais duros. Essa grande, sólida e leal
amizade começou ainda com o avô dele e meu pai. Perdi um amigo leal,
assim como Pernambuco perdeu seu filho mais ilustre e o Brasil viu
aberta uma lacuna enorme no seu próprio futuro”, disse Arthur, lembrando
que participou da homenagem a Campos, em Manaus e o reencontrou na
posse do ministro Dias Toffoli na presidência do Tribunal Superior
Eleitoral.
“Jamais
poderia suspeitar que estaria ali nosso último encontro”, disse. O
prefeito cancelou toda a sua agenda no dia de hoje, gravou um depoimento
para a página de Eduardo Campos e iniciou os preparativos para embarcar
para participar dos atos fúnebres.
Políticos enviam mensagens de apoio e condolências
Nas
redes sociais, políticos do Amazonas e do restante do país manifestaram
apoio aos familiares do presidenciável. O também candidato Aécio Neves
escreveu em seu Facebook: “É com imensa tristeza que recebi a notícia do
acidente que vitimou o ex-governador e meu amigo Eduardo Campos. O
Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com
idealismo por aquilo em que acreditava. A perda é irreparável e
incompreensível. Nesse momento, minha família e eu nos unimos em oração à
família de Eduardo, seus amigos e a milhões de brasileiros que, com
certeza, partilham a mesma perplexidade e pesar”.
Já
o vereador Marcelo Serafim, que durante o período como deputado federal
conviveu com a família de Campos, escreveu em sua conta na rede social:
“Estou destruído! Falar o quê nesse momento? Não tenho palavras e estou
em estado de choque. Perder um amigo, um companheiro, um líder e um
conselheiro como Eduardo Campos no dia de hoje é algo que me deixa sem
chão. Quero agradecer as mensagens de carinho e apoio que eu, meu pai e
nossos companheiros de partido estamos recebendo nesse momento. Só tenho
a agradecer a tudo que você me ensinou ao longo desses anos de
companheirismo e aprendizado. Você me emprestou sua amada mãe, Dona Ana,
ao longo dos quatro anos que passei em Brasília para cuidar de mim.
Serei eternamente grato a tudo que fizestes por mim, e saiba que você
sempre será a nossa referência! Viva o PSB!”.
A
presidenta Dilma Rousseff decretou luto oficial de três dias pelo
falecimento de Campos. Em nota oficial, ela disse que o Brasil inteiro
está de luto e que o político era um exemplo de democrata e uma grande
liderança política. “Perdemos hoje um grande brasileiro, Eduardo Campos.
Perdemos um grande companheiro”, afirmou.
No
documento, Dilma disse que Campos e ela tiveram longa convivência no
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante as campanhas
presidenciais de 2006 e 2010 e durante o governo da presidenta. “Sempre
tivemos claro que nossas eventuais divergências políticas seriam
menores que o respeito mútuo característico de nossa convivência”.
Ao
prestar condolências aos familiares de todas as vítimas da tragédia,
Dilma Rousseff disse que Campos foi um pai e marido exemplar. “Nesse
momento de dor profunda, meus sentimentos estão com Renata, companheira
de toda uma vida, e com os seus amados filhos. Estou tristíssima”,
declarou, ainda, na nota.
Confira a lista com os nomes das vítimas do acidente
Alexandre da Silva, fotógrafo;
Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor;
Eduardo Campos, candidato à presidência;
Geraldo da Cunha, piloto;
Marcos Martins, piloto;
Marcelo Lira, cinegrafista.
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