(portal Acrítica)
Além de poluir os igarapés, o mau hábito que o manauara insiste em cultivar custa quase um milhão por mês aos cofres públicos, em ações de limpeza
Segundo a Semulsp, a maior parte do lixo vem das ruas, e não das casas localizadas às margens dos igarapés
O
mau hábito de jogar lixo nos igarapés de Manaus custou mais de R$ 4.198
milhões ao bolso da própria população, somente nos primeiros cinco
meses deste ano. No mesmo período do ano passado, a Prefeitura de Manaus
gastou mais de R$ 3.804 milhões com o serviço.
O
valor corresponde a 3.986 toneladas de lixo, retiradas de uma extensão
de 42,5 quilômetros de igarapé da capital, onde é possível entrar com
pequenas embarcações. O valor também inclui a mão-de-obra, além de
equipamentos utilizados no serviço, tais como, escavadeiras hidráulicas,
aluguel de balsas e contratação de garis.
São
797 toneladas de lixo retiradas dos igarapés por mês e 26,5 por dia,
quantidade que depõe contra Manaus como uma cidade com apelo ambiental. O
rio Negro está baixando de 4 a 6 centímetros por dia, o que faz o lixo
acumulado em pontes, que funcionam como barreiras nos igarapés, levem a
manter a mesma quantidade de material retirados da água por dia e mês,
apesar da vazante.
‘Culpados’
De
acordo com a Semulsp, há poucos anos, pensava-se que os responsáveis
pela sujeira eram apenas moradores de palafitas dentro ou próximo dos
igarapés. Contudo, levantamentos realizados pela pasta mostraram que
grande parte do lixo nos igarapés é jogado, em via pública, por pessoas
que moram ou passam de carro próximas aos cursos d’água e atiram os
materiais pela janela. O lixo vai parar na água, segundo a secretaria,
com a ação da chuva, mas antes passa pela rede de esgoto e seguem para
os igarapés em direção ao rio Negro, quando não entope a rede de
drenagem. LimpezaTrês equipes de 30 pessoas atuam na retirada do lixo em
três diferentes igarapés todos os dias. O trabalho custa caro, segundo a
Semuslp, porque a maioria dos cursos d’água não permite a entrada de
grandes embarcações e o material coletado é muito mais pesado que o lixo
doméstico.
Duas
balsas usadas na limpeza atuam somente nos igarapés do São Raimundo e
Educando, além da orla do rio Negro, no trecho da Manaus Moderna. Nos
igarapés estreitos e rasos são usadas canoas, mas onde elas não podem
ser usadas os agentes de limpeza fazer o procedimento chamado de “pesca
do lixo”, no qual usam um rede de arame com garrafas PETs para puxar o
lixo.
Trabalho de risco
Em
muitos locais, os garis precisam entrar na água para retirar o lixo que
fica preso e submerso. Eles ficam com a água contaminada até o pescoço,
em alguns casos, mas com equipamentos de proteção individual (EPI),
tais como macacão impermeável e luvas. Além de caro, o trabalho é
perigoso para quem precisa retirar o lixo que poderia ser evitado caso a
população tivesse atitudes corretas.
A
Semulsp acredita que somente com a mudança de pensamento e atitude os
igarapés poderão voltar a ser limpos novamente. Caso contrário,
permanecerá o circulo vicioso de retirar o lixo que é novamente jogado.
Para mudar a consciência da população, o município gasta R$ 133,922 mil
com a conscientização de pessoas, por meio da Comissão Especial de
Divulgação e Orientação da Política de Limpeza Pública (Cedolp).
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