(portal Acrítica)
Medo da criminalidade, mesmo com a presença da polícia, leva moradores da rua Laço de Amor, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste, a fazerem novos planos
A igreja Jesus é o Bom Pastor é um dos imóveis colocados à venda
na rua Laço de Amor. Segundo moradores, a mãe do pastor Raimundo Artur
foi morta por traficantes
Nem
mesmo a presença frequente da polícia faz com que moradores da rua Laço
de Amor, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste, sintam-se seguros. O
medo ainda domina a rua escolhida pela Secretaria de Segurança Pública
do Estado (SSP-AM) para lançar a operação Manaus Segura, há
aproximadamente um mês. E é o temor de novos crimes que está levando
muitos moradores a colocarem suas casas e comércios à venda
Entre
os imóveis que ostentam a placa de ‘Vende-se’ na fachada, um deles
chama mais a atenção: é a igreja Jesus é o Bom Pastor. O pastor Raimundo
Artur, assim como tantos outros moradores, decidiu deixar a rua depois
de uma tragédia na família: a morte da mãe dele, assassinada por
traficantes.
Ele
não gosta muito de falar sobre o que o motivou a colocar a igreja à
venda. “Eu achei um lugar melhor para morar”, diz, relutante. O prédio e
toda estrutura esta à venda por R$ 40 mil.
Segundo
os vizinhos, a mãe de Raimundo foi uma das oito pessoas assassinadas na
rua Laço de Amor, só neste ano. E não foi a única da família dele
vítima de homicídio. De acordo com os moradores, a decisão de se mudar
foi motivada pelos assassinatos de familiares.
E
o pastor não foi a única pessoa a tomar essa decisão. O industriário
Melquesedeque dos Santos, 22, é outro morador que decidiu se mudar, com
medo que o mesmo aconteça à família dele. “Já faz algum tempo que
estamos vendendo a nossa casa, mas ninguém quer comprar. O comprador
desiste quando fica sabendo dos crimes que acontecem aqui”, contou.
Medo
Os
moradores relatam que, diariamente, viaturas do programa Ronda no
Bairro passam pela rua, mas o policiamento tem hora certa para chegar e
para sair, o que facilita a vida dos bandidos. De acordo com eles, os
crimes mais frequente são os roubos, homicídios e, principalmente, o
tráfico de drogas.
O
medo é tanto que comerciantes trabalham por trás das grades para não
serem assaltados. A atendente da loja de conveniência do posto de
gasolina da bandeira Ipiranga, Ariene Conceição, diz que já perdeu as
contas de quantas vezes o estabelecimento foi assaltado. Ela reclama da
ausência da polícia. Segundo ela, nessa rua acontecem assaltos a
transeuntes, a comércios e até tiroteios.
“Não
aumentou o número de policiais por aqui. As viaturas continuam
passando, mas os policiais não passam a pé, como faziam no início do
Ronda no Bairro” disse a comerciante Alcirene Vieira, 47.
Nenhum comentário:
Postar um comentário