(portal Acrítica)
A cheia de 2014 atingiu mais da metade dos municípios do Estado afetando mais de 47 mil famílias que continuam amargando os prejuízos
O Município de Humaitá, no Sul do Amazonas, foi um dos primeiros a
entrar em emergência e até hoje continua com a classificação de
calamidade pública
Mesmo
com a descida do nível das águas, 37 dos 62 municípios do Amazonas
ainda estão em situação de emergência e dois em estado de calamidade
pública. Boca do Acre e Humaitá permanecem em situação mais critica.
Eles foram os primeiros a sofrer de forma severa com a cheia e a
decretar estado de calamidade pública. Todos receberam ajuda humanitária
do Estado em meio da dificuldade de deslocamento, uma vez que, muitas
áreas rurais consideradas as mais prejudicadas, ficam quatro ou cinco
distantes da sede dos municípios. O trajeto para entregar de cestas
básicas e água, por exemplo, é feito em embarcações pequenas em estradas
e florestas inundadas.
A
cheia deste ano atingiu mais da metade dos municípios do Estado
afetando mais de 47 mil famílias. Grande parte ficou abrigada em
barracas de campanha disponibilizadas pelo Subcomando de Ações de Defesa
Civil do Estado (Subcomadec) em terra e em balsas flutuantes, enquanto
outras permaneceram nas residências com o auxílio de marombas, piso
elevado se madeira sobre a água.
Com
o início lento da vazante, a preocupação também se volta para os riscos
de doenças devido à poluição de cursos d’água e concentração de esgoto.
A lentidão da descida nas bacias do Madeira e do Purus é considerada
normal, mas afeta diretamente os municípios de Humaitá, Boca do Acre e
Uarini. Este último também estava em calamidade, sendo que os três
tiveram a situação reconhecida pelo Ministério da Integração, por meio
da Defesa Civil Federal.
Para
acessar os recursos financeiros do Governo Federal os gestores
municipais precisam estar com as contas em dia para não repetir o
episódio de 2012, quando 36 municípios do Amazonas tiveram que devolver
R$ 7 milhões porque ficaram inadimplentes com a União.
Para
sanar a dificuldade, o Subcomadec e a Secretaria de Proteção e Defesa
Civil (Sepdec) do Ministério da Integração Nacional promovem desde a
última segunda-feira o curso de “Capacitação de Gestão Recursos Federais
de Defesa Civil”. Os gestores dos 62 municípios do Estado foram
convidados para aprender a melhorar o gerenciamento técnico das Defesas
Civis Municipais, além da captação, aplicação e prestação de contas de
recursos obtidos com o Governo Federal. Porém apenas 15 enviaram
representantes até ontem, sendo que o curso segue até sexta-feira.
Representantes de Roraima e Porto Velho também foram convidados.
O
mesmo ocorreu em 2012 quando a Defesa Civil do Estado realizou
treinamento semelhante. O despreparo de técnicos de Defesas Civis ocorre
em grande parte devido à troca de prefeitos e suas equipes. Em cada
troca de profissionais, o Subcomadec precisa treinar novos técnicos
começando um trabalho do zero, sendo o processo de cheia e vazante
ocorre anualmente.
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