(portal Acrítica)
Prefeitura, Estado e Polícia Militar derrubaram 16 casas e retiraram as famílias da área verde no conjunto Galiléia, bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte
Na manhã desta sexta-feira (01), 16 casas construídas
irregularmente na área verde foram demolidas durante a ação da
prefeitura
Doze
famílias que ocupavam uma área verde, localizada no conjunto Galiléia,
bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte, foram retiradas ontem da área
pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas). A
ação foi realizada em parceria com a Superintendência de Habitação do
Amazonas (Suhab), Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana.
No
total, 31 casas foram erguidas no terreno, porém, de acordo com a
Semmas, nesse primeiro momento 16 edificações foram demolidas. As casas
onde havia pessoas morando foram notificadas e as famílias têm um prazo
de 15 dias para deixarem o local. Além disso, as demarcações de lotes,
que caracterizam a venda ilegal de terrenos, foram retiradas.
Uma
investigação da Delegacia Especializada em Meio Ambiente (Dema) será
aberta para checar a denúncia da venda dos terrenos por dois homens
conhecidos como “Zé Pintor” e “Cleber Loiro”. De acordo com a denúncia,
os lotes eram vendidos por valores entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
A empregada doméstica Maria Carvalho Moita, 42, disse que comprou o terreno por R$ 6 mil e que já pagou R$ 1.500.
Segundo
Maria, todo o salário do Programa de Integração Social (PIS) foi usado
no início da construção da casa. “Se eu soubesse que essa era uma área
proibida, não teria investido todo meu dinheiro”, disse a empregada
doméstica.
Maria explicou, ainda, que
perguntou do vendedor a situação do terreno e ele informou que tudo
seria resolvido e logo ela teria os documentos da casa. “Ver tudo o que
eu já consegui construir sendo demolido é muito triste, pois não sei o
que fazer”, acrescentou Maria.
Enquanto
a casa era demolida, a empregada doméstica tentou falar com o vendedor
do terreno, que ela não confirmou como sendo um dos investigados pela
polícia, e não conseguiu.
Reincidentes
Essa
foi a quarta vez que a Semmas retirou os invasores, que acabam sempre
retornando. Elienai de Oliveira Cavalcante, 36, conta que mora há dois
anos no local e que, mesmo a Semmas retirando-os do local, a área é
invadida de novo porque as famílias não têm para onde ir.
Ele
reconhece que invadiu o terreno, mas diz que fez isso porque morava
alugado e não tinha mais como pagar o aluguel. De acordo com Elienai, se
o poder público deixasse que os moradores continuassem no local,
pagando pelo terreno e cuidando da área, seria melhor. “Nós não queremos
invadir, mas precisamos de um lugar para morar. Se não for aqui, pode
ser em outro lugar, o importante é que eles nos ajudem, pois não estamos
morando nessas condições porque queremos”, disse Elienai.
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