Para reduzir a matança de botos usados como isca, ONG pede à Colômbia suspensão de compra de pescado da AM
Campanha esclarecendo a necessidade de proteção ao boto
cor-de-rosa foi realiza na Ponta Negra, no final de semana. Animal serve
de isca para pescadores
A
Organização Não-Govenamental (ONG) World Animal Protection pediu esta
semana ao governo colombiano para que suspenda a importação da
piracatinga brasileira para, desse modo, evitar a matança do boto
cor-de-rosa na região Amazônica. A justificativa da ONG é baseada no
aumento do consumo desse peixe na Colômbia, nesta década, o que
contribui para a captura e morte do boto em 10% ao ano, cuja carne é
usada como isca para pesca da piracatinga.
O
pedido foi dirigido à ministra das Relações Exteriores do país vizinho,
Maria Ângela Holguin Cuellar, e pode ser acessado pelos internautas no
site da ONG
(http://www.worldanimalprotection.org.br/noticias/2014/a-vida-dos-botos-cor-de-rosa-nas-maos-da-colombia.aspx),
onde o cidadão também é convidado a assinar uma petição de apoio para
que a Colômbia boicote o consumo da piracatinga visando à proteção dos
botos.
A
meta é chegar a 50 mil assinaturas. Desde que a campanha foi criada, no
último dia 11, 7.322 pessoas assinaram o documento, online, até 09h30
da manhã de ontem. A World Animal Protection pede ainda que os
internautas compartilhem a petição.
Crueldade
Na
carta à ministra colombiana, a ONG explicou que o boto cor-de-rosa vem
sendo caçado e morto de forma cruel apenas para que os pescadores possam
usar sua carne como isca para a piracatinga. “Um peixe exportado
principalmente para a Colômbia e vendido enganosamente como capaz ou
capacete – uma outra espécie. Sem saber, o consumidor colombiano está
promovendo indiretamente a matança de botos na Amazônia”, conforme
trecho da carta.
A
World Animal Protection informou também que o governo brasileiro deu o
primeiro passo para colocar fim à caça ilegal dos botos. “A partir de
janeiro de 2015, a pesca e a comercialização da piracatinga está
proibida por cinco anos em todo o território brasileiro. Mas sabemos que
isso não é suficiente e que esse peixe pode continuar sendo vendido
ilegalmente para a Colômbia”, informou a ONG em outro trecho,
ressaltando a necessidade de suspensão do comércio da piracatinga na
Colômbia, em sintonia com a medida adotada pelo lado brasileiro.
No
portal da organização, é enfatizado ainda que a pesca do boto é ilegal
no Brasil há 27 anos e que é preciso realizar fiscalizações rigorosas e
constantes em frigoríficos e fronteiras para assegurar que a piracatinga
deixe de ser exportada.
Sofrimento
Na
campanha da World Animal Protection, a ONG ressalta que a caça ao boto é
extremamente cruel. “Os animais são presos nas redes e arpoados até a
morte. Outro método é ferir o animal com o arpão e amarrá-lo pela cauda a
um tronco de árvore, até que o pescador precise utilizá-lo como isca.
Nestes casos, os botos podem demorar vários dias para morrer, lutando
para se libertar, com fome e extremo sofrimento”. Posteriormente, a
carne em decomposição é colocada em caixas de madeira chamadas de
curral, atraindo uma grande quantidade de piracatinga. O peixe então é
capturado nessas caixas e retirado à mão pelos pescadores, ainda segundo
o site. A matança dos botos foi mostrada em diversas reportagens,
inclusive em emissoras nacionais de TV.
Lutas
Há
mais de 50 anos, a ONG vem atuando na proteção e defesa dos animais em
todo o mundo. No Brasil, começou a atuar em 1989, quando apoiou
organizações de Santa Catarina na luta contra a Farra do Boi, divulgando
essa prática.
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