(portal D24am)
Há baixos crescimento, produtividade e investimento em pesquisa no Estado
O levantamento, elaborado pela Economist Intelligence Unit (EIU), consultoria ligada ao grupo da revista ‘The Economist’, apresenta um modelo de pontuação dinâmico, construído a partir de 26 indicadores em oito categorias, que mediram atributos específicos do ambiente operacional de negócios em 26 Estados e no Distrito Federal.
“O objetivo é ajudar a orientar os administradores públicos, para que promovam as reformas necessárias para atrair investimentos estrangeiros e nacionais”, afirma o estudo.
De acordo com o ranking, o Amazonas é o 12º Estado com melhor ambiente de negócios do País com 45 pontos, 32 pontos abaixo de São Paulo, que ficou em primeiro lugar com 77 pontos.
O Estado saltou uma posição desde 2011 quando era 13º no ranking. Na avaliação dos consultores, o ambiente econômico no Estado é moderado, assim como em outros 17 Estados brasileiros.
Apenas Piauí, Maranhão e Amapá foram considerados com ambiente ruim. Por outro lado, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais foram avaliados como ambiente adequado e somente São Paulo foi considerado muito bom.
Para o professor do departamento de Economia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), José Alberto da Costa Machado, a principal influência no ambiente de negócios do Amazonas é a segurança jurídica dos investimentos na Zona Franca de Manaus (ZFM).
“Com a prorrogação da ZFM aprovada no Congresso, tivemos uma melhoria, mas ainda não é a solução. É preciso refazer a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) como órgão de desenvolvimento, além de diminuir a complexidade das leis que geram altos custos para as empresas darem segurança aos negócios sem contestações legais”, analisa o acadêmico.
Pesquisa
Dos 26 indicadores analisados pela pesquisa, cinco aspectos tiveram piora na avaliação do Amazonas desde 2011. Quatro apresentaram melhoras e dezessete não apresentaram mudanças.
O crescimento do mercado foi um dos itens com maior queda na pontuação do Estado na categoria Ambiente Econômico.
A avaliação é feita a partir do aumento percentual do Produto Interno Bruto do Estado, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Banco Central do Brasil.
Com crescimento estimado entre 2% a 2,99%, entre 2012 e 2013, o quesito obteve um ponto, três a menos que em 2011.
Outro item com piora no desempenho do Amazonas, foi o gasto privado em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que no Estado varia de 0,30% a 0,39% do PIB estadual, segundo o relatório. A queda diminuiu a nota do quesito Inovação.
Com a economia brasileira dando sinais de recuo, esses investimentos serão cada vez mais adiados, avalia Machado.
“O mercado doméstico está em decréscimo com a queda do PIB brasileiro, e essa indefinição adia investimentos. Para um polo como o nosso, seja de eletroeletrônico, seja em biodiversidade, é fundamental investir em tecnologia”, destaca o professor.
Produtividade
Já a produtividade da mão de obra amazonense foi medida com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, que indica a produção de um trabalhador por Estado.
No caso do Amazonas, a produção é estimada em R$ 30 mil a R$ 39,9 mil por trabalhador, considerado moderado pela pesquisa.
Segundo Machado, a habilidade manual de linhas de produção do Polo Industrial de Manaus (PIM) no setor de duas rodas e eletroeletrônicos já foi reconhecida mundialmente como mais produtivas que as matrizes, porém cada vez mais esse tipo de mão-de-obra é menos relevante com a mecanização da produção.
“A Moto Honda já ganhou prêmios por melhor produção que a matriz e a Philips também, mas à medida que a produção é automatizada, o conhecimento, as habilidades cognitivas e a especialização tecnológica passam a contar mais. E é aí que temos um problema. A habilidade manual deixa de ser requerida pela habilidade cognitiva sendo que a agregação de valor da última é muito maior”, apontou o professor ao ressaltar que as indústrias ainda trazem profissionais de outros Estados e países para os cargos mais especializados.
A falta de planejamento ambiental do governo do Estado também conta ponto no ranking e o Amazonas piorou no quesito Sustentabilidade, desde 2011.
Melhorias
Os itens que apresentaram melhora foram os incentivos ao investimento estrangeiro, com isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e a quantidade de estudantes graduados nas universidades públicas e privadas.
Segundo o estudo, em 2011, o Estado formava de 5 mil a 14,9 mil profissionais por ano, dois anos depois, são 15 mil a 29,9 mil graduados.
A qualidade da comunicação também melhorou no Estado segundo a publicação, assim como os incentivos fiscais para sustentabilidade.
Segurança
No caso do item condições de segurança, um dos indicadores do Ambiente Político, a avaliação é feita com base na taxa de homicídios por 100 mil habitantes.
Quanto maior a taxa, menor a nota. Com 35 mortes ou mais, a cada 100 mil habitantes, o Amazonas não pontuou no item.
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