(portal Acrítica)
Dezenas
de estudantes amazonenses terão a experiência de passar um ano
estudando em outros países, recebendo bolsas de estudos. Três
entrevistados por A CRÍTICA falaram sobre as expectativas deles
Fábio Henrique Dias de Oliveira, estudante de Engenharia Civil,
comemora a oportunidade de poder embarcar com destino à Alemanha, no
próximo dia 25
Estudante
do oitavo período do curso de Medicina da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), Caio César Motta das Neves, 21, já está na Hungria,
para onde viajou na última sexta-feira com o objetivo de passar os
próximos 12 meses. A exemplo de Caio, dezenas de outros contemplados
pelo Programa Ciência Sem Fronteiras, do Governo Federal, como Fábio
Henrique Dias de Oliveira, 20, do curso de Engenharia Civil, e Cássia
Soares, 23, do curso de Engenharia Florestal, também partem nos próximos
dias, ele para a Alemanha e ela para os Estados Unidos da América
(EUA), onde poderão escrever um capítulo importante e inédito para a
vida acadêmica e futuro profissional.
Caio
inscreveu-se na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) e indicou como país de destino a Hungria, da Europa
Central, onde há campo para pesquisas na área de endocrinologia, na qual
pretende especializar-se. A escolha foi determinada por conta da
receptividade dada pelo país aos estudantes estrangeiros. “Minha
expectativa é poder interagir com estudantes de outros países e conhecer
as pesquisas desenvolvidas na área do meu interesse”, explicou o jovem,
aprovado no exame de proficiência em inglês realizado após a seleção.
Ele
foi selecionado para a Universidade de Szeged, uma das mais respeitadas
tanto na Hungria quanto em nível internacional. Entre os seus
ex-reitores, um foi o famoso Albert Szent-Gyogyi, ganhador do Prêmio
Nobel de Medicina em 1937 por pesquisas realizadas na universidade. “Vou
aproveitar bem essa oportunidade”, promete ele, que dessa forma vai
suportar as saudades da família, namorada e amigos.
Alemanha
Outro
que vai para a Europa é o estudante do quinto período de Engenharia
Civil da Ufam, Fábio Henrique Dias de Oliveiras, que no próximo dia 25
parte para a cidade de Leipzing, na Alemanha, onde inicialmente vai
passar seis meses aperfeiçoando-se no idioma nativo daquele país. “Eu
estudei o básico da língua, por isso preciso aprofundar”, explicou. Um
dos maiores desafios é o fato de ter que ir morar sozinho num lugar
desconhecido, mas ele tem um amigo, Gabriel Oliveira, que já está
naquele país e com quem mantém contatos desde que soube da seleção.
Fábio
não sabe ainda para qual universidade vai ser indicado, pois esse
processo será feito no próximo mês, quando abrir o processo de seleção,
mas a expectativa dele é a mais positiva possível. “O fato de poder me
aperfeiçoar no idioma local é um ponto muito positivo do programa”,
disse ele, creditando elogios ao Governo Federal pela iniciativa de
promover intercâmbio dos universitários.
A
possibilidade de estudar numa universidade de qualidade dará um grau
importante na formação, que Fábio não teria no Brasil. “Terei contato
com um povo muito rico culturalmente, o que vai acrescentar muito na
minha formação”, disse Fábio, lembrando da surpresa dos amigos quando
compartilhou a ideia de ir para aquele país, de onde pretende trazer na
bagagem não só a capacidade de conversar e escrever na língua alemã, mas
também a vivência com uma cultura milenar que dará habilidades ímpares à
sua vida.
Da floresta rumo aos EUA
Cássia
Soares, estudante do 9º período de Engenharia Florestal da Ufam,
prepara as malas para a viagem aos EUA que vai acontecer amanhã. O
destino é a University of Minnesota, do campus de Crookston, onde
inicialmente fará curso intensivo de inglês e, se atingir a nota mínima,
iniciará disciplinas do mesmo curso feito aqui.
O
sorriso e a leveza do olhar mostram bem a alegria da jovem, aprovada
depois de um processo intenso e trabalhoso, conforme disse. “Depois de
realizar a inscrição no site do Ciência sem Fronteiras, precisei
realizar um teste de inglês, em seguida preenchi formulários, nos quais
escrevi algumas cartas dizendo a razão de querer estudar nos EUA”,
relatou a estudante. Isso tudo foi necessário para que Institute of
International Education (IIE), uma organização norte-americana, sem fins
lucrativos, especializada em promover o intercâmbio internacional de
pessoas, pudesse traçar o perfil acadêmico dela e definir em qual
universidade iria estudar.
Despedidas
Filha
do engenheiro florestal Bosco Soares, Cássia disse que estudar no
exterior era uma ideia que podia parecer difícil até a inscrição no
programa do Governo Federal. Aprovada, ela não pensou duas vezes em
seguir adiante e contou com o apoio dos pais. Já manteve, inclusive,
contatos com outros estudantes selecionados para aquele país e não vê a
hora de poder escrever no seu currículo e na vida pessoal, a
oportunidade de estudar numa universidade de renome mundial.
Em números
101mil
bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de
graduação e pós-graduação façam estágio no exterior. Esse é o propósito
do Ciência sem Fronteiras, programa resultado de esforço dos
Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do MEC.
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